Duas crianças tiveram reação grave a um medicamento aplicado enquanto estavam internadas no hospital Nova Vida, em Itapevi, na Grande São Paulo.
Um garoto de dois anos, após tomar o remédio para fazer um exame no último dia 19, começou a ficar mais agitado, chorar e babar.
Trinta minutos depois, o mesmo medicamento foi receitado a uma menina de quatro anos que precisou fazer uma tomografia.
O frasco, que devia conter calmante líquido, foi trazido pela enfermeira Ingrid Prestes, que trabalha no hospital há quase seis anos.
O que chegou às duas crianças foi ácido tricloracédico, usado para fazer peeling dermatológico, em vez do sedativo hidrato de cloral.
"Não tinha motivo para o ácido estar na área pediátrica do hospital", diz a delegada responsável pelo caso, Isabel Cristina Ferraz.
Durante o depoimento, a enfermeira que medicou a menina alegou ter recebido de outra técnica de enfermagem o medicamento e que não conferiu o conteúdo.
"Ela só percebeu que havia algo errado quando medicou a garota e observou que os lábios ficaram brancos no mesmo momento, devido à queimadura", disse a delegada.
No caso do garoto, no entanto, o erro foi constatado tarde demais --ele foi medicado por outra técnica de enfermagem, não identificada pela reportagem, e que deve prestar depoimento hoje.
Foi feita uma lavagem gástrica emergencial na garota. Apesar dos ferimentos, a menina passa bem e recebeu alta. Já o garoto continua internado em estado grave na UTI do hospital Nossa Senhora de Lourdes, no Jabaquara.
Procurada, a mãe dele não quis comentar o caso.
OUTRO LADO
O hospital Nova Vida divulgou comunicado dizendo que "as crianças foram bem atendidas" e que a suspeita da troca de medicamentos está sendo apurada internamente.
Ingrid Prestes saiu da delegacia no final da tarde de ontem sem falar com a imprensa sobre o caso.