Uma criança, de aproximadamente três anos, ficou pendurada do lado de fora da varanda no quinto andar de um prédio, na orla de Vila Velha, Espírito Santo, por volta de 15h de sábado (31). A cena, que mostra o menino preso entre a tela de proteção e o vidro, foi registrada durante cinco minutos e mostra o momento em que um comerciante da região entra no apartamento e resgata o menino. O vídeo circula por um aplicativo de mensagem de celular.
Nas imagens, é possível ver que várias pessoas se aglomeram e acompanham a cena assustadas. O menino, vestido apenas de cueca, ficou pendurado a cerca de 30 metros de altura do chão. Minutos depois do início da gravação, duas pessoas aparecem na varanda e uma delas resgata a criança.
O comerciante Bruno Teixeira foi quem socorreu o menino. Ele trabalha em um quiosque em frente ao apartamento onde a criança ficou pendurada. ?Quando vimos o menino pendurado saímos correndo sem olhar se tinha carro ou não. O porteiro deixou a gente entrar. Quando chegamos ao apartamento a porta da sala estava aberta e a da varanda estava fechada. A mãe estava dormindo. Ela deveria ser mais responsável com a vida do filho?, disse Bruno.
O garçom Wagner Nascimento Gomes trabalha com o comerciante Bruno no quiosque, e ao ver a criança pendurada, atravessou a via e foi ajudar no socorro. ?Foi um desespero. Eu estava trabalhando quando ouvi uma gritaria. Clientes começaram a chorar ao ver a cena. Eu não pensei em nada e corri para ajudar. A criança estava toda mijada e deve ter subido em uma cadeira que fica encostada à varanda. Um policial chegou logo em seguida e observou se a criança estava ferida, mas não fez nenhum boletim de ocorrência?, relatou Wagner.
O Conselho Tutelar de Vila Velha, informou que procurou os pais do menino, mas a família estava viajando. A presidente do órgão, Eudes Viana disse que vai pedir à Justiça um mandado de busca e apreensão para entrar no apartamento.
"A situação foi muito grave em várias situações. A criança estava correndo risco de vida, estava sem roupas, o que normalmente entendemos que é uma forma de negligência. Isso pode implicar desde uma advertência a perda da guarda da criança", explicou Eudes.
Polícia
A Secretaria Estadual de Segurança (Sesp) informou na manhã desta terça-feira (3) que o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) não foi acionado para apurar o caso. Segundo a Sesp, um policial militar passava em frente ao prédio, viu a movimentação e entrou no apartamento, mas a criança já estava com os pais.