Criança com paralisia morre após Prefeitura não fornecer sonda

Prefeitura descumpre determinação judicial desde março, diz advogada.

Criança com paralisia morre após Prefeitura não fornecer sonda | Reprodução
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Uma criança de 7 anos com paralisia cerebral morreu nesta sexta-feira (5), segundo a família, pela falta de uma sonda que deveria ter sido trocada há seis meses pela Prefeitura de Viradouro (SP) conforme uma determinação judicial. Lysa Ayumi, que nasceu com a deficiência e precisava do equipamento para se alimentar, morreu depois de ter uma parada cardiorrespiratória durante a manhã.

A sonda importada que ela usava no estômago, que precisa ser trocada uma vez ao ano, venceu em março. Desde então, a mãe da criança, Márcia Fernanda Silva, tentava obter uma nova com a administração municipal. Obsoleto, o equipamento com que Lysa sobrevivia nos últimos meses já estava perfurado. ?[A sonda] era a fonte de vida dela. Era tudo pra ela?, afirmou Márcia.

De acordo com a advogada da família de Lysa, Paula Porcionato Maróstica, a Prefeitura descumpriu uma determinação judicial ao deixar de fornecer a sonda para a criança. O argumento apresentado pela administração municipal diante dos pedidos, segundo ela, era de que o produto estava sendo licitado. "O juiz determinou o cumprimento imediato, mas até agora desconheço o cumprimento. É crime de desobediência?, disse.

No dia anterior à morte da menina, após persistência da advogada, o juiz Hélio Serra Navarro chegou a emitir um despacho exigindo que a Prefeitura comprasse a sonda com ?máxima urgência? de 24 horas, tendo em vista o risco que Lysa corria de morrer.

Para a mãe de Lysa, as autoridades precisam ser penalizadas pela morte de sua filha. "Os responsáveis têm que pagar de alguma forma. Não vão trazer a vida dela de volta, mas que não façam isso com mais ninguém. Pra gente é muito triste", lamentou.

Outro lado

A Prefeitura informou que vai abrir uma sindicância para investigar o não fornecimento da sonda. O diretor da divisão de Saúde de Viradouro, Robson André Seleim, disse que os medicamentos necessários à menina sempre foram fornecidos. Segundo ele, o óbito da criança não tem ligação com a falta de uma nova sonda.

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