Jake, de apenas 4 anos, morreu de câncer, mas seus familiares acreditavam ser apenas “dores do crescimento”, por possuir dores nas pernas. O garoto adorava correr e jogar futebol, fato este que contribuiu para sua mãe pensar que as dores eram devido ao crescimento, algo reforçado e difundido em diversos países como sendo “dores normais”. “Eu apenas pensei que as dores eram porque ele estava crescendo. Eu escutei muitas mães dizendo isso, que as pernas dos seus filhos doíam às vezes”, disse Claire, mãe de Jake.
“Alguns dias ele não tinha dor nenhuma, e no outro reclamava o dia todo, sempre na parte inferior das pernas. Como ele continuava a sentir dores, pensei que poderia ser apenas porque ele não queria ir à escola”, salientou a mãe.
Ao contrário do que é difundido, associações médicas na Grã-Bretanha afirmam que membros que crescem, normalmente, não causam dor. A Dra. Kate Wheeler, oncologista pediátrica do Oxford Children’s Hospital, afirmou categoricamente: “Dores do crescimento simplesmente não existem!”.
Algumas crianças com idade entre 3 e 12 anos sofrem de dores nas pernas durante a noite, comentou o oncologista Dr. Martin, do mesmo hospital. “Mas não há nenhuma evidência de que isso é pelo crescimento e, em alguns casos, pode ser apenas dores após atividades físicas”.
“Dores do crescimento normalmente são atribuídas quando não se sabe a causa delas, mas se a dor persistir, as análises devem ser reconsideradas por existir a possibilidade de doenças subjacentes como a artrite infantil”, comentou o Dr. Martin que também é porta-voz do Royal College of Paediatrics and Child Health.
Dores nas pernas em torno da tíbia (mais especificamente na região superior da canela) podem estar ligadas à doença de Osgood-Schlatters, uma condição dolorosa que provoca inflamação no tendão que liga a rótula na canela – é um problema relativamente simples e desaparece com o tempo.
Após intensos exames, constatou-se que Jake possuía um tipo de câncer nas células nervosas especializadas – chamadas de crista neural. Estas células se concentram, especialmente, nas glândulas suprarrenais, que ficam acima dos rins e de cada lado das vértebras na coluna vertebral, além de outras regiões do corpo. O tumor de Jake começou no rim direito, e se espalhou.
Jake foi internado imediatamente e recebeu doses de fármacos radioativos para realizar exames que mostrassem a extensão do problema. Infelizmente, o câncer já havia se espalhado para diversos órgãos. Seu fígado possuía inúmeros tumores, além do coração. Após algumas paradas cardíacas, Jake faleceu.
A mãe comenta que se arrepende de não ter levado a sério as dores e julgado ser “do crescimento”: “Se o que aconteceu comigo puder ajudar outras mães a detectarem sinais de doenças em seus filhos, então, eu poderei me orgulhar da memória do meu filho Jake”.