Após uma longa espera, finalmente, foi inaugurada na última segunda-feira, 3, a Cozinha Comunitária da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), localizada no campus Poeta Torquato Neto, no Bairro Pirajá, zona Norte de Teresina. E os estudantes já podem usufruir do atendimento, cujo horário de funcionamento é das 11h30 às 13h30.
Diariamente, 200 estudantes serão beneficiados. Apesar de inaugurada, a cozinha comunitária não é aberta a todos os alunos da instituição, apenas para os estudantes selecionados a participar do programa Auxílio-Alimentação, que possui recurso do Programa Nacional de Auxílio ao Estudante (PNAEST), parceria esta que teve início a partir da adesão da Uespi ao SISU.
A seleção que ocorre todo início de período, isto é, de seis em seis meses, seleciona estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação na Uespi através de edital divulgado no site. Para serem beneficiários, a instituição seleciona, prioritariamente, alunos cotistas que comprovarem renda per capita mensal de até meio salário mínimo.
De acordo com Silvana Cunha, assistente social da Pró-Reitoria de Extensão da Uespi, o programa contribui com alunos que não têm condições de se alimentar adequadamente, no entanto, dos 200 alunos cadastrados no campus Torquato Neto, apenas 145 foram buscar os tickets que dão acesso à cozinha comunitária.
“Esse projeto vem para ajudar na questão financeira dos estudantes que se encontram em vulnerabilidade social. E que, às vezes, não têm condições de almoçar direito. Mas ainda faltam alunos adquirirem seus tickets, só no campus Torquato Neto, dos 200 selecionados apenas 145 já adquiriram”, revela a assistente social O programa disponibiliza 700 refeições, para todos os campi da UESPI no estado, sendo que 200 destas refeições são destinadas para o Campus Torquato Neto, 54 para a Faculdade de Ciências Médicas (FACIME) e 16 para o Clóvis Moura, o total de 270 para os campi de Teresina.
Segundo Silvana Cunha, o cardápio, composto de arroz, feijão, carne, farofa e salada, é pensado por uma nutricionista da empresa terceirizada, escolhida por meio de licitação para produzir as refeições dos estudantes. “O cardápio é cuidadosamente pensado pela profissional de nutrição do próprio restaurante. E todo dia, ela acompanha esses alunos nas refeições”, afirma a assistente social.
O reitor da Uespi, professor Nouga Cardoso, comemora o lançamento do programa Auxílio Alimentação. “A possibilidade da Universidade fazer a captação deste recurso junto ao Governo Federal e poder fornecer alimentação a estes estudantes é um marco na Uespi nos seus 27 anos de existência”, finaliza.
Os estudantes e professores da Uespi esperaram pela construção de um restaurante universitário desde 2009, mas só em 2013, começou a ser construído o prédio em nome da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc), no campos Poeta Torquato Neto e só em novembro deste ano foi inaugurado.
Estudantes aprovam restaurante universitário
Entre os estudantes que fazem parte do programa está Madson Freitas, 21, estudante do 7ª período de Licenciatura Plena em Pedagogia. “Tem ajudado muito, como tem dias que fico o dia todo, esse programa tem me beneficiado, no sentido de que eu não vou mais precisar gastar dinheiro. Às vezes, tirava dinheiro de xerox para comprar comida. Era mais de R$ 10 por dia”, desabafa o estudante, natural do município de União.
Já Diego Machado, 22, estudante do 5ª período do curso de Agronomia, afirma que antes da cozinha comunitária gastava em torno de R$ 200 a R$ 250 por mês apenas com alimentação e que mesmo assim não era uma alimentação saudável.
“Melhorou, principalmente, a qualidade na alimentação. Antigamente, a gente improvisava nos lanches, com salgados e refrigerantes. Agora, a gente tem até nutricionista e a comida é muito boa”, destaca o estudante que reside em União e se desloca diariamente de sua casa à UESPI.
Para Henrique Rodrigues, 21, aluno do 6º período de Agronomia, as refeições o surpreenderam quanto à qualidade. “Estou gostando bastante do almoço. Nunca pensei que fosse assim, de tão boa qualidade”, surpreende-se o estudante, que é natural de Paulistana e mora temporariamente na capital.