Corrupção e questões diplomáticas com Taiwan dominam eleições no Paraguai

Recentes pesquisas de opinião apontam para uma disputa acirrada nas eleições presidenciais do Paraguai, com possibilidade de um empate técnico.

Santiago Peña (esquerda) e Efrain Alegre (direita) são os principais candidatos | Luis Robayo/AFP
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Neste domingo (30), os eleitores paraguaios irão às urnas para escolher em um único turno o próximo presidente do país, em meio a uma campanha que se concentrou nos temas da economia, corrupção e Taiwan. Entre os principais candidatos estão Santiago Pena, economista do Partido Colorado, e Efraín Alegre, advogado do Concertación Nacional, liderando uma ampla coalizão de centro-esquerda e prometendo uma reformulação da política externa

Além da eleição presidencial, os eleitores também votarão para eleger deputados e governadores. O Paraguai, uma nação agrícola com menos de 7 milhões de habitantes, espera uma disputa acirrada entre os candidatos.

Recentes pesquisas de opinião apontam para uma disputa acirrada nas eleições presidenciais do Paraguai, com possibilidade de um empate técnico.

Efraín Alegre, candidato de oposição, se comprometeu a reduzir a conta de luz, promover mais reformas sociais e realizar mudanças no sistema judiciário.

Enquanto isso, Santiago Pena, o economista candidato do partido de situação, prometeu reformar as leis trabalhistas e aumentar a presença da polícia no país.

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"Jamais havíamos conversado sobre política antes, porque uma vitória do Partido Colorado era tida como certa", afirmou o bancário Gustavo Vera, de 40 anos. "Mas agora há um ar de mudança, o povo acordou."

No movimentado Mercado 4 em Assunção, a maioria dos entrevistados citou a difícil situação econômica do país. O déficit fiscal aumentou para 3% do PIB no ano passado, o crescimento médio annual nos últimos quatro anos caiu para 0,7% e a pobreza extrema cresceu.

Quem quer que assuma a presidência em agosto deve enfrentar a pressão da recém-eleita legislatura para reduzir os gastos.

Nos noticiários e colunas políticas, o foco tem sido o debate sobre o fim das relações diplomáticas de longa data com Taiwan em favor da China, bem como uma série de alegações de corrupção contra os principais líderes do Partido Colorado.

Em sua terceira tentativa presidencial, Alegre formou uma ampla coalizão de partidos independentes para desafiar a máquina política poderosa do Partido Colorado. No entanto, ele recebeu críticas de alguns setores por sugerir que encerraria quase 70 anos de relações diplomáticas com Taiwan, em uma tentativa de abrir os enormes mercados da da China. 

O Partido Colorado tem governado o país sem interrupção desde a década de 1950, com exceção da presidência de Fernando Lugo, de 2008 a 2012, que foi encerrada por impeachment.

Muitos eleitores afirmam que é hora de algo novo.

A candidatura de Peña pode ser afetada por uma investigação de corrupção liderada pelos Estados Unidos contra Horacio Cartes, ex-presidente do Partido Colorado, que governou o país de 2013 a 2018. Cartes, que nega as acusações, ainda lidera o partido e é o principal apoiador de Peña.

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