Os Correios e seus colaboradores aprovaram um acordo que contempla reajuste salarial a partir de 2024, juntamente com outros benefícios. O acordo coletivo de trabalho para o período de 2023/2024 será formalizado na próxima quarta-feira (27), através da assinatura entre a direção da empresa e os representantes dos empregados, conforme comunicado emitido pelos Correios. Conforme os termos do acordo, está previsto um aumento de R$ 250 para os salários até R$ 7 mil, e um reajuste de 3,53% para os funcionários com remuneração superior a R$ 7 mil a partir de janeiro de 2024.
“Isso equivale a um aumento médio de 6,57% para mais de 71 mil empregados (83% do efetivo). Para parte do efetivo, esse aumento representa um reajuste de 12% em relação à atual remuneração”, diz a nota.
O acordo, com 78 cláusulas, prevê ainda reajuste imediato dos benefícios em 3,53%, tíquete extra de R$ 1 mil em dinheiro com a assinatura do acordo, gratificação extra de R$ 1.500 em janeiro de 2024, criação de comissão, com a participação das entidades representativas dos trabalhadores, para avaliar melhorias no plano de saúde e pagamento de 80% de bolsas de estudo.
Sobre a abertura de concurso público, os Correios informaram que irão se reunir com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos para tratar do tema. Em relação à concessão de bolsas, a empresa comprometeu-se a priorizar a paridade de gênero e raça e incentivar empregados de nível médio a cursar uma graduação.
Além disso, o acordo inclui outras cláusulas, tais como: ampliação da licença paternidade para 20 dias; pagamento de tíquete por um período de 90 dias para os trabalhadores considerados inaptos pelo INSS, e manutenção desse benefício até o retorno ao trabalho em caso de acidente de trabalho; concessão de abono de 6 dias para acompanhante; licença remunerada de 10 dias em situações de violência doméstica; afastamento especial em caso de nascimento de filho ou filha prematura; e extensão do horário especial de amamentação de 12 para 18 meses.
Entidade representativa da categoria, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) afirma que o acordo é a retomada de direitos retirados nos últimos anos. “As negociações bem-sucedidas da campanha salarial 2023 não marcam o fim, mas sim um novo começo. Os trabalhadores dos Correios estão prontos para enfrentar os desafios vindouros, reafirmando seu compromisso de lutar por um ambiente laboral justo e pela valorização de seu papel essencial na sociedade".
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telegrafos e Similares (Fentect) emitiu nota no mesmo sentido, exaltando a volta do diálogo entre da empresa com os sindicatos, algo inexistente no governo anterior. "Para o Comando de Negociação da Fentect, o acordo coletivo inaugura um novo momento nos Correios, de proteção dos trabalhadores trabalhadoras, com a retirada da empresa da lista de privatização, abertura de diálogo com as representações sindicais, que estava fechado na empresa desde o último governo, além do resgate de projetos que buscam a reconstrução da empresa pública para os próximos anos".
(Com informações da Agência Brasil)