O corpo da fisioculturista Fabiana Caggiano Paes, de 36 anos, morta em Natal na quarta-feira (2), foi enterrado neste sábado (5) em Jandira, na Grande São Paulo. O sepultamento aconteceu às 9h no Cemitério AlphaCampus. A família optou por não realizar o velório, segundo o cemitério - o corpo deixou a funerária e foi enterrado.
Um exame realizado por legistas em Natal indica que a fisiculturista sofreu asfixia. Outro exame mais detalhado também foi feito na capital potiguar, mas o resultado só deve sair em 30 dias.
Nesta sexta-feira (4), o marido de Fabiana, Alexandre Furtado Paes, que passava férias com ela em Natal, junto com outros parentes, falou que gostaria fosse realizado um novo exame. Neste sábado, porém, quando perguntado se a terceira perícia foi realizada, ele preferiu não responder. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que responde pelo Instituto Médico Legal da capital paulista, os laudos devem ser feitos pelas autoridades do local do fato.
Na versão dos parentes, a fisiculturista caiu enquanto tomava banho e ficou desacordada na manhã do dia 27 de dezembro. Segundo o marido dela, Fabiana foi levada para a UTI de um hospital particular de Natal por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com insuficiência respiratória. Na quarta-feira, ela morreu.
Segundo a irmã de Fabiana, Amanda Caroline Caggiano, de 28 anos, o relacionamento da fisiculturista e do cunhado era muito tranquilo. ?Nós não acreditamos na possibilidade de ele ter feito nada contra a minha irmã. Pela personalidade dele, dá para saber que ele jamais iria atentar contra a vida dela. Esse laudo inicial está errado. Ela deve ter tido um infarto ou um aneurisma. Não foi enforcada?, disse Amanda.
Investigação
A polícia de Natal afirma que Alexandre mentiu em seu depoimento, como por exemplo sobre o fato de Fabiana estar no banho, já que não havia vestígios de água no recinto. De acordo com o delegado Frank Albuquerque, cinco testemunhas foram ouvidas entre funcionários do hotel e socorristas do Samu. "Todas afirmam que o banheiro do quarto estava seco. Não havia uma gota d"água no chão e nem no corpo da mulher", revelou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, o marido da fisioculturista também não disse a verdade sobre a convivência do casal. Sobre o relacionamento com Fabiana, também em depoimento, Alexandre contou ao delegado que eles não tinham brigado enquanto estiveram na capital potiguar, muito menos na manhã do dia 27, quando a paulista teria desmaiado no banheiro. "Temos o testemunho de hóspedes que ouviram eles brigarem. Uma testemunha ouviu gritos que vinham do quarto em que eles estavam. Depois esta pessoa também ouviu o Alexandre tentar reanimar a Fabiana. Em seguida, após um período de silêncio, esta testemunha também ouviu quando o box do banheiro foi quebrado", acrescentou o delegado.
A mãe de Fabiana afirmou que gostaria que Alexandre não fosse o responsável pela morte da sua filha. "Eu queria muito que não fosse, mas só o exame vai falar", disse Itália Carmelina.
O marido de Fabiana, porém, não havia se pronunciado sobre o assunto até as 11h deste sábado.