O corpo do ex-ministro Luiz Gushiken está sendo velado neste sábado (14), no cemitério do Redentor, no bairro de Sumaré (zona oeste de São Paulo).
Gushiken, que comandou a Secretaria de Comunicação de Governo no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu nesta sexta (13), aos 63 anos, em decorrência de um câncer.
A família pediu que a imprensa não se aproxime da sala onde acontece o velório.
O corpo chegou ao cemitério por volta das 7h20. O enterro está marcado para as 16h de hoje.
O deputado José Genoino (PT-SP) e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) já passaram pelo velório.
Suplicy afirmou que o fato de ter sido ligado ao mensalão "contribuiu para o câncer que matou Luiz Gushiken".
O ex-ministro deixou o governo Lula e a política após o episódio. Ele foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal, no ano passado.
"Quase inevitavelmente esse processo contribuiu para diminuir sua resistência. Ele tirou diversos órgãos, fez inúmeras cirurgias. Esse sofrimento o penalizou muito", afirmou Suplicy.
"Mas acho até que foi muito importante para ele e para a família saber que ele foi inocentado."
Genoino não quis conversar com a imprensa. "É o silêncio que fala por mim", disse o parlamentar.
TRAJETÓRIA
Gushiken nasceu no município de Osvaldo Cruz (SP) em 8 de maio de 1950. Em 1970, tornou-se escriturário do Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Começou a militar na tendência Liberdade e Luta (Libelu), braço estudantil da OSI (Organização Socialista Internacionalista), de orientação trotskista.
Em 1982 tornou-se secretário-geral do sindicato e, em 1985, presidente da categoria. Nesse mesmo ano, liderou uma greve nacional de três dias que paralisou 700 mil bancários.
Em 1980, participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) e, em 1983, da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em 1986 foi eleito membro do Diretório Nacional do PT e, em novembro, foi eleito deputado federal pelo PT de São Paulo.
No final de 1986, deixou a presidência do Sindicato dos Bancários e, no ano seguinte, assumiu uma cadeira de deputado no Congresso Constituinte, que promulgou a Constituição de 1988.
Em 1989 tornou-se presidente nacional do PT e coordenou a campanha de Lula à Presidência, que terminou em segundo lugar no pleito. Deixou a presidência do partido em 1991.
Em 1992, apoiou o impeachment do presidente Fernando Collor (PRN). Reeleito deputado federal em 1994, em 1998 desistiu de disputar novo mandato para coordenar outra campanha de Lula à Presidência. Depois, montou uma empresa de consultoria para a área de previdência.
Em 2002, após a eleição de Lula, tornou-se coordenador-adjunto da equipe de transição e foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação de Governo.
Em 2005, foi acusado pelo ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato de ter influído nas decisões de investimentos de cinco fundos de pensão ligados a estatais, que contrataram a Globalprev Consultores Associados, que pertencia a dois ex-sócios de Gushiken. Gushiken negou as acusações.
Deixou a Secretaria de Comunicação e perdeu o status de ministro, assumindo a função de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos. Em novembro de 2006, pediu demissão do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência afirmando que as acusações se transformaram em "prova de culpa".