O brasileiro morto na Indonésia Rodrigo Gularte foi enterrado às 15h15m deste domingo no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba. O funeral estava marcado para as 16h, mas a família adiantou o horário. Rodrigo foi executado na Indonésia na última terça-feira, aos 42 anos, por fuzilamento.
A mãe de Gularte, Clarisse, permaneceu ao lado do caixão durante todo o período do velório. O advogado Cleverson Texeira, amigo da família, disse que o sentimento de todos é de injustiça, principalmente por causa da condição mental de Gularte, que sofria de esquizofrenia.
- Estamos todos tentando consolar a Clarisse. Foi uma punição totalmente injusta. Todos reconhecemos os erros do Rodrigo, mas houve desproporção da pena e desconsideração da condição de doente. Há um sentimento de muita justiça - disse Teixeira.
Ainda segundo o amigo, a família pretende se engajar na luta contra a pena de morte porque esse foi um dos últimos pedidos de Gularte.
- Ainda com momentos de lucidez e outros não, por causa da esquizofrenia, ele pediu à (prima) Angelita (Muxfeldt ), quando ela foi visitá-lo, duas coisas: gostaria de vir para o Brasil e queria a família ajudasse outras pessoas que estão no corredor da morte na Indonésia. Desejava que eles continuassem na luta contra essa desproporção que é a pena de morte - complementou Teixeira
O corpo do brasileiro Rodrigo Gularte começou a ser velado às 9h30m no Cemitério Parque Iguaçu, e foi levado por familiares, ao som de violinos, para o local do enterro. O funeral foi acompanhado por mais de 100 pessoas.
O corpo chegou ao aeroporto de São Paulo às 19h de sábado e foi levado de carro para Curitiba. Inicialmente os parentes pretendiam cremar o corpo do brasileiro ainda na Indonésia, mas a pedido do próprio Gularte, resolveram fazer o traslado para o Brasil. O funeral deve ser restrito à família, que preferiu não dar detalhes sobre a cerimônia:
- Esse é um momento nosso - afirmou Viviane Gularte, prima do surfista.
Gularte foi preso após entrar na Indonésia em 2004 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe e condenado à morte em 2005.
A família de Rodrigo Gularte, de 42 anos, apresentou diversos laudos médicos às autoridades indonésias, atestando suas condições mentais, e a presidente Dilma Rousseff fez apelos pessoais sobre o caso.
Gularte foi o segundo cidadão brasileiro a ser executado na Indonésia este ano, após o fuzilamento de Marco Archer, em janeiro, também condenado por tráfico de drogas.