Corpo de Bombeiros diz que há seis soterrados e já conta sete mortos em desabamento de prédio
Um prédio de dois pavimentos desabou às 8h35 desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo, e deixou ao menos sete mortos e 26 feridos, segundo o Corpo de Bombeiros.
O capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, dos sete mortos contabilizados pela corporação, cinco já foram resgatados, e dois estão sob os escombros.
Há ainda seis pessoas que estariam soterradas. Palumbo disse que, durante esta noite, cães farejadores vão tentar ajudar a encontrar as vítimas.
Palumbo também informou que os feridos estão sendo atendidos em três hospitais da capital paulista: São Mateus, Sapobemba e das Clínicas.
Segundo uma mulher que se identificou como Mari, que mora e tem um comércio ao lado do local que desabou --o imóvel dela foi interditado pela Defesa Civil--, houve um estrondo antes que o prédio viesse ao chão.
"Foi um susto. Saí correndo de casa e vi uma nuvem de fumaça e muita gente correndo", afirmou.
Ela disse estranhou a obra quando ela começou a ser feita. "Sabia que era um posto e não havia pilares", afirmou a mulher, que ainda não sabe quando poderá retornar ao seu imóvel.
Ainda conforme Palumbo, os trabalhos de resgate podem entrar o período noturno, caso seja necessário, uma vez que há equipamentos para isso.
O desabamento
O prédio que desabou por completo, do tipo comercial, estava em construção na avenida Mateo Bei, na altura do número 2600. Ao menos 20 veículos dos bombeiros e 60 homens estão no local, além de dois cães farejadores e dois helicópteros da Polícia Militar.
Um posto médico avançado foi montado no local para atender as vítimas que forem localizadas e resgatadas. As causas do desabamento serão investigadas pela perícia. "Mas há indícios de que alguma coisa não andou bem durante essa obra", disse Palumbro, referindo-se às informações preliminares, coletadas no local, de que o prédio estava em obras havia cerca de três meses.
Defesa Civil vistoria imóveis vizinhos
Equipes da Defesa Civil municipal também estão no local para vistoriar casas e estabelecimentos que tenham sofrido eventual impacto com o desabamento. Quatro casas vizinhas foram interditadas diante de risco de novas quedas.
Empresa se exime de responsabilidade sobre desabamento
Segundo a Polícia Militar, no local do desabamento já funcionou um posto de combustíveis, mas, atualmente, era construída uma loja de confecções. No local, as informações de manhã eram as de que o estabelecimento pertencia à rede Torra Torra.
Em nota, a assessoria de imprensa da rede informou que o imóvel não era de propriedade da rede.
"Havia um contrato de locação do prédio pelo Torra Torra, no entanto a rede somente assumiria finalizadas as obras estruturais, pelo proprietário. Dessa forma, o Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte de engenharia civil. No momento, uma empresa de engenharia contratada pelo Magazine Torra Torra realizava uma avaliação sobre as condições de uso do prédio", diz trecho da nota.
"Caso esse laudo técnico fosse positivo, atestando a segurança estrutural, a rede então faria o acabamento para abrigar mais uma unidade. Ressalte-se que o Torra Torra somente entraria com a loja no local, com esse aval técnico. Este é um cuidado que o Magazine Torra Torra toma em todas as lojas da rede, devidamente avaliadas quanto à segurança estrutural, de acordo com engenheiros, para receber nossos empreendimentos", completa a nota.
A empresa, que foi acusada pelo advogado do proprietário do terreno de ter mudou o projeto do prédio, negou ter feito qualquer intervenção na estrutura do imóvel. "Tanto o Magazine Torra Torra quanto a Salvatta Engenharia [contratada para avaliar as condições de uso e segurança do prédio] consideram-se também vítimas da irresponsabilidade dos proprietários", concluiu.