O corpo do jovem Pedro Falcão Pinheiro, de 25 anos, será sepultado neste domingo (3) na cidade de Santana do Livramento (RS), no cemitério Vales dos Sinos. Ele é a 240ª vítima do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria.
O jovem morava em Santa Maria e estudava no Centro Universitário Franciscano. Ele trabalhava na empresa América Latina Logística. Pinheiro ficou internado no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, mas acabou não resistindo e morreu no último sábado (2).
A Justiça decretou nesta sexta-feira (1º) a prisão preventiva dos quatro suspeitos de envolvimento no incêndio da boate Kiss. Os sócios-proprietários do estabelecimento, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão são investigado pela participação nas mortes dentro da boate no fim de janeiro.
Um mês de tragédia
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 240 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador ? uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" ? que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.
A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.
Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.