O delegado Marcelo Luiz Santos Martins, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio, é um dos alvos da ação conjunta deflagrada nesta terça-feira, pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, contra a corrupção no sistema penitenciário do Rio. É mais uma etapa da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio. Ele está na lista de 16 mandados de prisão assinados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Outra ordem de prisão importante é a do coronel da Polícia Militar Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, ex-secretário estadual de Administração Penitenciária (Seap).
O pai do delegado Marcelo, Carlos Mateus Martins, também tem contra ele um mandado de prisão, assim como o empresário Carlos Felipe da Costa Almeida de Paiva Nascimento, dono do Esch Café, tradicional ponto de encontro de admiradores de charutos no Centro do Rio, no Leblon e em São Paulo, no bairro dos Jardins.
Aos acusados, estão sendo imputados os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e peculato. Os investigadores sustentam que a empresa da família do delegado Marcelo Martins, a Finder Executive Consulting, foi usada no esquema de lavagem com pagamentos ao grupo Dirija.
Ainda são alvos de prisão o advogado Marcos Vinícius da Silva Lips, ex-secretário adjunto de Tratamento Penitenciário da Seap, e o ex-ordenador de despesas do órgão, Wellington Perez Moreira. No momento da prisão, o delegado Marcelo Martins não atendeu ao toque da campainha dos agentes. Foi chamado então um chaveiro para abrir a porta. Já Felipe de Paiva não foi encontrado.
Em troca dos contratos, as empresas fornecedoras pagavam propina para Sérgio Cabral, Cesar Rubens, Marcos Lips e Wellington Perez. Por parte dos empresários, afirmam os investigadores, a caixinha das quentinhas era coordenada pelo empresário Felipe Paiva Nascimento, dono do Esch Café, tradicional ponto de encontro de admiradores de charutos no Centro do Rio, no Leblon e em São Paulo.
O esquema do Esch Café no fornecimento de pães e lanches para presídios foi revelado pelo "Jornal Nacional". Felipe Paiva é apontado como sócio oculto da Iniciativa Primus e foi proprietário de outra empresa que fornecia alimentos à Seap, a Induspan.