Consumidor já paga mais de R$ 7 pelo litro da gasolina, diz ANP

Diesel não sofreu alteração desta vez, mas já tem cerca de 40% de aumento no acumulado do ano. Economistas apontam que alta afeta não só quem tem carro, como todos os consumidores.

postos | reprodução
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O reajuste no preço da gasolina feito pela Petrobras,  já é visto em postos de combustíveis do Rio Grande do Sul. O valor médio do litro da gasolina subiu de R$ 2,69 para R$ 2,78, uma alta de 3,3%. O acumulado de 2021 já passa de 50%.

A cidade de Bagé, na Região da Campanha, tem o combustível mais caro do estado, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A média desta semana é de R$ 7,058.

Os donos de postos dizem que o valor cobrado na bomba tem a incidência de outros custos, além do reajuste aplicado pela Petrobras.

Consumidor já chega a pagar R$ 7 por litro de gasolina 

"O custo de produção, ou da refinaria, ou da importação, equivale a aproximadamente 30% do custo final. Depois nós temos o custo do biocombustível, o anidro que é adicionado à gasolina, que varia de 10% a 12%. Depois nós temos ICMS, 30%. Depois, CID, PIS e Cofins, que são valores que se aproximam, no preço final, 12% a 17%. Depois temos logística, a margem da distribuição e a margem da revenda. Percentualmente, o nosso custo tributária chega a quase 50% do custo final", diz João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro.

Em Porto Alegre, postos já vendem a R$ 6,26. Em Santa Maria, na Região Central, o preço médio da gasolina comum é de R$ 6,14, mas em alguns já está em R$ 6,79.

"Passa uma semana, aumenta R$ 1, R$ 0,50. Daqui a pouco o litro da gasolina vai estar R$ 10. É um absurdo isso aí", reclama o pastor Davi dos Santos.

O diesel, que abastece a frota de caminhões, desta vez, não teve aumento. Porém, ao longo do ano, acumula reajustes de 40%.

Os economistas alertam que novos aumentos podem acontecer, porque existe uma diferença de 13% entre o valor que a Petrobras paga pelo barril do petróleo e o que cobra dentro do país. E os efeitos não são sentidos apenas por quem tem carro, mas por todo mundo na hora das compras nos supermercados e de quem depende da tele-entrega.

Para a economista Frederike Monika Mette, da Escola de Negócios da PUCRS, esses aumentos constantes afetam o poder de compra do consumidor.

"A gente ainda tem uma perspectiva de ter um aumento da inflação. A inflação aumentando, o salário real, que é o nosso poder de compra, vai reduzir. Tem um outro impacto, que é a perspectiva de aumento de juros. Aquelas pessoas que estão endividadas, que vão precisar de recursos, tudo isso vai ficando mais caro", aponta.


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