Maria Vitória, filha da adolescente Patrícia Quaresma Pereira, de 15 anos, nasceu às 18h30 do último sábado na Maternidade do Hospital Buenos Aires, na zona Norte de Teresina, com má formação. Por conta disso, ela precisava de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que só foi conseguida na noite do último domingo (12). Casos como o de Vitória são bem comuns, isto porque o Piauí não tem número de leitos suficientes para atender a demanda do Estado.
Atualmente o Piauí dispõe de 314 leitos de UTIs, sendo 148 na rede pública e 166 na rede privada de saúde.
Preocupado com essa situação, o Conselho Estadual de Saúde vai convocar as autoridades e setores da saúde para uma reunião ordinária, marcada para o dia 12 de junho. ?O Conselho não tem autoridade para mudar muita coisa, mas tem autonomia para pressionar, por isso vamos chamar o governo e demais órgãos para essa conversa?, coloca o presidente do Conselho, José Teófilo Cavalcante.
Ministério Público, gestores estaduais e municipais, Ministério da Saúde e Hospitais privados que possuem leitos de UTI serão convidados para a reunião, que tem o objetivo de mobilizar as autoridades para a criação de mais vagas de UTI no Piauí. ?A demanda de denúncias diárias recebidas no Conselho é grande. Todos os dias chegam pessoas reclamando. Precisamos exigir que providências sejam tomadas o mais rápido possível?, completa o presidente.
Fila de espera por UTI no HUT chega a demorar dias
O Hospital de Urgência de Teresina, HUT, também conta com leitos de UTIs. São 03 UTIs com 26 leitos cada, porém existe uma fila de espera por uma vaga que chega a demorar dias para o doente ter acesso. De acordo com o presidente do Conselho, José Teófilo Cavalcante, o que geralmente acontece é uma espécie de ?máfia?, que reserva vagas nos hospitais de Teresina e de outras cidades.
?Enquanto alguém aguarda, em estado grave, na fila da UTI, de qualquer hospital público de Teresina ou até de hospital privado, uma vaga pode estar sendo guardada para alguém que seja importante ou que pague mais?, lamenta. O Conselho denuncia, ainda, que o paciente do SUS tem direito de buscar o hospital privado quando se estrangula o hospital público, mas isto não acontece porque o SUS paga menos que o plano de saúde e aí os hospitais privados não recebem o paciente.