Eles são conhecidos como "homens-peixe", e não é para menos: os membros da tribo Badjao conseguem prender a respiração no mar por até incríveis 13 minutos. No entanto, agora, eles correm o risco de desaparecer. Os Badjao vivem em palafitas na província outrora isolada de Tawi Tawi, nas Filipinas, e aperfeiçoaram a arte do mergulho livre ao longo de inúmeras gerações. Alguns membros passam até cinco horas por dia debaixo d'água, caçando. Santarawi Lalisan, de 85 anos, contou que as crianças Badjao aprendem a mergulhar praticamente desde o nascimento, antes mesmo de andar.
mutação única no baço torna o órgão maior
Pesquisadores dizem que os Badjao conseguem prender a respiração por muito mais tempo do que a média dos humanos. Seu sangue retém mais oxigênio, graças a uma mutação única no baço, que torna o órgão maior e funciona como um "tanque de mergulho biológico". Mas essa incrível habilidade pode estar com os dias contados, em parte por causa da poluição trazida pelo "progresso" a Tawi Tawi. Além disso, muitos Badjao estão aderindo a um estilo de vida ocidentalizado, o que diminui a prática do mergulho e, consequentemente, a capacidade de prender a respiração por longos períodos.
"extinção" dos velhos hábitos
"Chegou aqui muito plástico porque hoje os Badjao vão ao supermercado e usam plástico, não mais papel. Antigamente, os Badjao só usavam papel na hora de comprar alguma coisa", reclamou Santarawi, de acordo com o "Daily Star". Com menos prática, diminui o tempo em que muitos Badjao conseguem ficar sem respirar debaixo d'água. A tradição milenar é mantida pelos mais velhos, que resistem à "extinção" se apegando aos velhos hábitos, praticando pesca submarina em maratonas de mergulho e usando óculos de natação de madeira feitos em casa, com vidro de garrafas quebradas como lentes.
busca por comida
"Meu pai me ensinou que, aconteça o que acontecer debaixo d'água, tenho que resistir e prender a respiração, não importa o que aconteça. Na minha cabeça, sempre me pergunto se conseguirei voltar. Então, confio em Deus e que ele me devolva a vida quando eu voltar à superfície", declarou Santarawi, que ainda usa o arpão e os óculos do pai. "Antigamente, quando nossos pais iam pescar, procurávamos estar o mais atentos possível para aprender com eles, porque sabíamos que um dia seria a nossa vez de buscar comida para nossas famílias. É por isso que, quando vamos pescar, é um momento sagrado para nós, pois nos conecta aos nossos antepassados", acrescentou ele.
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