O ex-médico Roger Abdelmassih, de 74 anos, deixou na manhã deste sábado (1º) o apartamento em que cumpria prisão domiciliar, no bairro dos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo. Abdelmassih vai voltar à penitenciária de Tremembé (SP) já que, na sexta-feira (30), o Tribunal de Justiça acolheu o pedido do Ministério Público e determinou que ele volte a cumprir a pena na prisão.
De acordo com a GloboNews, um carro da polícia saiu do prédio onde vive a mulher do ex-médico, a procuradora Larissa Sacco, por volta das 6h20. Monitorado por uma tornozeleira eletrônica, Abdelmassih cumpria pena em regime domiciliar no local havia uma semana, desde que a Justiça lhe concedeu o benefício devido a problemas de saúde.
O ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes, mas sofre de complicações cardíaca e pulmonar. A progressão de regime foi concedida no último dia 21, porém Abdelmassih não foi imediatamente para casa porque terminava um tratamento no Hospital São Lucas, em Taubaté. Ele chegou à casa da mulher apenas na madrugada do sábado (24).
Apesar de permitir que Abelmassih cumprisse prisão em regime domiciliar, a Justiça negou o pedido de indulto humanitário - que é o perdão da pena concedido a presos com problemas graves e permanentes de saúde. O MP contestou a decisão da Justiça mesmo assim. De acordo com o recurso interposto pelo promotor Luiz Marcelo Negrini e acolhido pelo Tribunal de Justiça, Abdelmassih não "cumpriu pena suficiente para qualquer espécie de progressão de regime".
Em entrevista concedida antes de oficializar o recurso, Negrini afirmou que não há nenhuma prisão no Brasil com condições de oferecer o tratamento de doenças graves em seu interior, mas isso não justificava o benefício concedido ao ex-médico. "Se a unidade não tem condições, ela presta assistência e leva o condenado ao hospital. E isso estava sendo feito, tanto é que ele foi internado diversas vezes. Se ele não estivesse sendo assistido, aí seria outra história", explicou.