Comunidade da Vila Irmã Dulce cobra retratação de emissora

O conteúdo, exibido na última quinta-feira (1°) por uma emissora nacional, associava diversos crimes à Vila.

Marina Moura | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O Conselho Comunitário da Vila Irmã Dulce, na zona Sul de Teresina (PI), repudiou uma reportagem divulgada em rede nacional pela Rádio e TV Record, através do Programa Cidade Alerta, e cobra retratações do canal. O conteúdo, exibido na última quinta-feira (1°), associava diversos crimes à Vila.

Em nota, o Conselho reage às informações consideradas falsas e generalizadas. O primeiro esclarecimento diz respeito a uma suposta invasão de criminosos armados que teria ocorrido em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da região. Marina Moura, presidente do Conselho Comunitário da Vila Irmã Dulce, comenta que o caso ocorreu na cidade vizinha, Timon (MA), e lamenta o "estereótipo de criminalidade" disseminado através da reportagem.

Marina Moura (Foto: redes sociais)

Outras cinco entidades sociais, que assinaram em conjunto a nota de repúdio, criticaram a veiculação do conteúdo que caracterizou a Vila Irmã Dulce como o "berço do crime da América Latina" e a existência de um falso "toque de recolher" às 13h.

"Fizemos a nota de repúdio à matéria e conseguimos, junto a toda mobilização, a nota da Fundação Municipal de Saúde, que disse que o caso da UBS é inverídico, e uma nota da Polícia Militar do Piauí (PM/PI). Inclusive, nem a imagem da reportagem era da nossa UBS ", destaca.

Para Marina Moura, a reportagem que durou 15 minutos, apenas serviu para reforçar um estereótipo que resulta no preconceito sobre os moradores. "Nenhum daqueles crimes daquela matéria gigantesca são verdadeiros. A comunidade enfrenta sim problemas como toda comunidade no nosso país, mas a gente tem que ir contra essas fakes news", conta.

Após a exibição do conteúdo da emissora de TV, de acordo com Marina, cidadãos que prestam serviços sociais aos moradores em situação de vulnerabilidade econômica sentiram-se receosas de entrar na comunidade.

"Tem gente perguntando se pode entregar doação no posto de combustível, onde tem câmera. Também tenho relatos de moradores que estão sofrendo preconceito ao pegar um carro por aplicativo", comenta Marina, que também cobra uma retratação nacional da TV Record e faz um covite para que as emissoras locais conheçam os projetos que são linha de frente na solidariedade. 

Fundada há 22 anos, a Vila Irmã Dulce conta com vários projetos sociais que ajudam a comunidade que enfrenta dificuldades financeiras. A presidente do Conselho Comunitário enfatiza a atuação da Associação Movimento Mais Amor, que arrecada semanalmente alimentos perecíveis para famílias teresinenses. 

Confira o post em uma rede social de Marina:

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES