Em Aldeias Altas, na Regi?o dos Cocais, a cerca de 360km de S?o Lu?s, os condutores de ve?culos que precisam comprar combust?vel n?o encontram dificuldade. ? que no munic?pio uma pr?tica muito comum, a venda de combust?vel no com?rcio varejista, ? realizada sem controle. N?o h? fiscaliza??o. A a??o p?e em risco n?o apenas a vida de quem vende o produto, mas de boa parte da popula??o, j? que este ? um h?bito comum em todos os estabelecimentos que comercializam alimentos e outros artigos.
Os comerciantes n?o se incomodam com os riscos e exp?em os produtos em diversas garrafas pets para a escolha do fregu?s, na porta dos estabelecimentos. Quem n?o consegue encontrar esses locais, placas identificam os pontos de venda de combust?vel.
O comerciante Francisco Ver?ssimo da Silva, que vende combust?vel h? quatro anos, reconhece a ilegalidade, mas ele enfatizou que, nesse caso, a necessidade fala mais alto que os riscos de acidentes. ?A gente sabe que n?o pode vender o produto aqui, mas n?o tem muito que fazer. Os motoristas precisam e a gente tamb?m para poder ganhar dinheiro?, alegou o vendedor.
Lojas
Atualmente, pelo menos 10 pontos de vendas funcionam em Aldeias Altas. O ?nico posto de gasolina que existia no munic?pio est? desativado h? 12 anos. Quem n?o quer correr risco ou prefere comprar direto dos postos tem que percorrer 36 quil?metros at? a cidade mais pr?xima, Caxias, para abastecer os ve?culos.
Os motociclistas s?o os principais consumidores da gasolina clandestina. Para eles, percorrer os 36 quil?metros at? a cidade vizinha somente para comprar combust?vel n?o vale ? pena. ?Para mim n?o compensa ir at? l? para comprar dois ou tr?s litros de gasolina. ? melhor comprar aqui mesmo, sai mais barato?, explicou o motociclista Jos? Gon?alves da Silva.
Sem fiscaliza??o, a venda irregular prossegue sem qualquer preocupa??o por parte dos comerciantes. Entre as autoridades o jogo ? de ?empurra-empurra?, pois ningu?m quer assumir qualquer responsabilidade pela fiscaliza??o.
O delegado de Pol?cia Civil de Aldeias Altas, Valdemar Barros, disse que a fiscaliza??o n?o ? de sua compet?ncia. ?A gente fica aguardando que haja qualquer fato fora da normalidade para que possamos atuar. N?o podemos passar a id?ia de que estamos tentando coibir a venda de um produto que garante o sustento de dezenas de fam?lias e que estas se sintam perseguidas com qualquer atitude da pol?cia?, ressaltou o delegado.
Munic?pio
A Prefeitura informou que a regulariza??o da venda de combust?veis cabe ? Ag?ncia Nacional de Petr?leo (ANP), entretanto ? ela quem expede o alvar? de funcionamento dos estabelecimentos. Por sua vez, a ANP divulgou que a situa??o s? pode ser sanada ap?s a comprova??o da den?ncia e explicou em nota que n?o pode entrar na casa das pessoas para recolher o produto e que esta ? uma tarefa que cabe exclusivamente ?s pol?cias Militar e Civil.
Provas para qualquer den?ncia n?o faltam. Em alguns pontos comerciais a mistura ? explosiva. H? venda de combust?vel e g?s de cozinha em um mesmo estabelecimento comercial. O comerciante Edson da Silva usa um dep?sito abandonado da Prefeitura para guardar dezenas de tambores de gasolina.
Ele faz o manuseio de produto sem qualquer cuidado, correndo o risco de se contaminar com o combust?vel. A menos de 20 metros do dep?sito h? uma escola da rede municipal. A popula??o fica apreensiva com o constante risco de acidente.
?A gente tem medo de que aconte?a alguma coisa e que prejudique a vida de muita gente e acabe destruindo o pouco que se tem?, justificou Jos? da Silva Ramos.