O jornalista, cronista e escritor Ivan Lessa, de 77 anos, morreu nesta sexta-feira (8) em casa em Londres. Segundo sua viúva, Elizabeth, ele sofria de enfisema pulmonar e tinha problemas respiratórios graves. Mas o motivo da morte ainda não é conhecido.
Lessa morava em Londres desde 1978 e era colunista da BBC Brasil.
Elizabeth disse que, ao chegar à noite em casa, encontrou Ivan Lessa morto em seu escritório. Ela estima que ele tenha morrido entre as 16h e as 18h30, pelo horário local.
Elizabeth relatou que Lessa tinha dificuldades para sair de casa e que havia montado uma estrutura para não precisar ser hospitalizado, o que ele não queria.
Elizabeth, que estava com Ivan havia 39 anos, conta que ele se queixava muito de falta de ar e dizia que não queria mais viver.
Mas, mesmo assim, continuava trabalhando, enviando três crônicas semanais para a BBC Brasil.
Um dia antes da morte, escreveu sua última coluna, publicada na manhã desta sexta-feira (clique para ler essa e outras crônicas de Lessa para a BBC Brasil).
"Pasquim"
Ivan Pinheiro Themudo Lessa nasceu em 9 de maio de 1935 em São Paulo, mas foi criado no Rio de Janeiro.
Ele era filho do também escritor Orígenes Lessa e da escritora e cronista Elsie Lessa.
Ivan Lessa trabalhou e colaborou com vários órgãos de imprensa, como a TV Globo, as revistas "Senhor", "Veja" e "Playboy" e os jornais "Folha de S. Paulo", "Estado de S.Paulo", "Jornal do Brasil" e "Gazeta Mercantil". Também trabalhou como publicitário.
Foi fundador, em 1969, e um dos principais colaboradores do jornal critico e satírico "O Pasquim", durante os anos de resistência à ditadura militar brasileira.
No "Pasquim", ele escreveu, entre outras, a coluna "Gip! Gip! Nheco! Nheco!", "Fotonovelas" e os "Diários de Londres". Ele também criou, em parceria com o cartunista Jaguar, o ratinho Sig, símbolo da publicação.
Lessa publicou os livros "Garotos da Fuzarca" (contos, de 1986), "Ivan vê o mundo" (crônicas, de 1999) e "O luar e a rainha" (2005). Também trabalhou como tradutor.
O escritor, que conheceu o Reino Unido em 1968, morava desde janeiro de 1978 em Londres, e pouco voltou para o Brasil desde então.