Cercado por pelo menos seis seguranças, Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, participou nesta quarta-feira da primeira audiência de seu julgamento pelo atropelamento e morte do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, em 17 de março.
De acordo com uma das testemunhas de acusação, o policial federal João Miguel Ribeiro, o corpo da vítima tinha mãos e pés decepados. Com o impacto, o coração de Wanderson foi lançado para dentro do carro.
Outra testemunha, o estudante de Medicina Delcio Aparecido Durso contou que dirigia entre 100 e 110 km/h e que o automóvel de Thor passou pelo dele e se distanciou muito rapidamente. Para ele, o acusado estava tão rápido que parecia uma ?fuga policial?.
Peritos da Polícia Civil atestaram que a Mercedes SLR McLaren do filho de Eike estava a 135 km/h. Seus advogados contestam e afirmam que ele estava dentro do limite de 110 km/h permitido.
Segundo pessoas que assistiram à audiência, Thor, que é acusado por homicídio culposo (sem intenção de matar) estava nervoso, suava muito e batia com os dedos na mesa.
O rapaz que estava de carona da Mercedes, Vinícius Balian Racca, foi confrontado. Em seu primeiro depoimento, disse que vira tudo de relance.
Nesta quarta, porém, contou detalhes do momento do atropelamento. A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, ouviu seis testemunhas de acusação e duas de defesa.
Thor só assistiu aos depoimentos. Ele só falará após todas as testemunhas serem ouvidas. Nova audiência será dia 13 de dezembro, às 13h.
Mesmo se for condenado, ele não deverá ser preso: a pena é de dois a quatro anos de prisão e pode ser substituída por prestação de serviços. Seu advogado, Celso Vilardi, está otimista: ?A audiência correu como o esperado?.
O atropelamento ocorreu na Rodovia Washington Luís, em Xerém. Thor voltava de Petrópolis quando atingiu Wanderson, que cruzava a pista, à noite, empurrando a bicicleta.