Diversas universidades brasileiras têm anunciado medidas de racionamento como forma de manter as atividades de ensino e apoio aos estudantes, considerando os cortes orçamentários aplicados pelo Governo Federal.
A Administração Superior da Universidade Federal do Piauí informou que a instituição recebeu, no mês de junho, dois cortes definitivos em seu orçamento de quase R$ 7,7 milhões, o que corresponde a 7,2% do valor anual disponível para pagamento de despesas de manutenção da Universidade.
O pró-reitor de planejamento da UFPI, Luís Carlos Sales, disse que após o anúncio dos bloqueios, a instituição vem tomando uma série de medidas para se ajustar à nova realidade orçamentária, como a implantação de uma campanha para reduzir o consumo de energia elétrica.
“A nossa despesa maior é a energia elétrica, sendo assim, vamos iniciar uma campanha muito forte para que seja feito um consumo racional de energia, principalmente das 17h às 21h horas, quando a concessionária cobra um valor mais elevado horário de ponta, período do dia em que ocorre um pico na demanda por energia elétrica”, falou Sales.
Ele frisou ainda que os cortes não vão afetar os restaurantes universitários e as bolsas de permanência e diplomação dos estudantes de graduação. “No contexto de redução orçamentária, a UFPI garante a manutenção do RU (Restaurante Universitário) e da Assistência Estudantil, ações são essenciais para o funcionamento da universidade, especialmente para permanência dos alunos que mais necessitam”, informou o pró-reitor de planejamento.
Em nota, a instituição informou que desde 2015 os chamados valores de custeio da UFPI têm sofrido sucessivas reduções, agravando-se com os cortes recentes no orçamento da Instituição de 2022.
O primeiro bloqueio deste ano ocorreu em 27 de maio, no montante de mais de R$ 15,5 milhões, quase 14,5% do orçamento, tendo atingido na mesma proporção todas as IES federais. Depois, fruto da interlocução entre Ministério da Casa Civil e uma representação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), o bloqueio caiu de 14,5% para 7,2%, permanecendo bloqueados quase R$ 7,7 milhões.
Segundo a UFPI, os valores suprimidos no orçamento da UFPI representam, aproximadamente, 1 mês do custeio da Instituição, tornando-se mais expressivo com a retomada das atividades presenciais, que demanda maior aporte de recursos para manter o pleno funcionamento.