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JBS supera guidance e fatura R$ 417 bilhões em 2024, maior receita de sua história

A JBS superou as expectativas do mercado e alcançou uma receita líquida recorde de R$ 417 bilhões em 2024, uma alta de 15%.

Fachada da JBS | Gilson Abreu/Aen

Oito dias após anunciar um acordo com o BNDES — o que eliminou um dos principais entraves para seu plano de dupla listagem no Brasil e nos Estados Unidos —, a JBS divulgou seus resultados consolidados de 2024 e do quarto trimestre, com crescimento expressivo em todas as frentes. Desde o anúncio do acordo, as ações da companhia já acumularam alta de quase 25%.

A JBS superou as expectativas do mercado e alcançou uma receita líquida recorde de R$ 417 bilhões em 2024, uma alta de 15%. O Ebitda ajustado também bateu recorde: R$ 39 bilhões, mais que o dobro do registrado no ano anterior.

A empresa havia projetado uma receita líquida de R$ 412 bilhões e um Ebitda ajustado entre R$ 37 bilhões e R$ 38 bilhões. Os resultados, portanto, vieram acima do esperado.

O lucro líquido da JBS foi de R$ 9,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,061 bilhão registrado em 2023. A geração de caixa livre atingiu R$ 13,2 bilhões — sete vezes maior do que no ano anterior — e se tornou a segunda maior da história da companhia.

O nível de endividamento também melhorou significativamente, caindo de 4,42 vezes para 1,89 vez, considerando a dívida em dólar, na comparação entre o quarto trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Ao longo do ano, a empresa distribuiu R$ 6,6 bilhões em dividendos e investiu R$ 7,7 bilhões (capex).

“Conseguimos entregar crescimento e valor ao mesmo tempo, além de reduzir o endividamento”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, em entrevista ao NeoFeed.

No quarto trimestre de 2024, a companhia registrou receita líquida de R$ 116,7 bilhões, Ebitda ajustado de R$ 10,8 bilhões, lucro líquido de R$ 2,4 bilhões e geração de caixa livre de R$ 5,3 bilhões.

Tomazoni destacou a recuperação de duas unidades que haviam enfrentado dificuldades em 2023: a JBS Beef North America e a Seara. A divisão norte-americana de carne bovina alcançou receita de R$ 131,3 bilhões em 2024 (alta de 13%) e um Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão, um crescimento expressivo de 149%, mesmo em um cenário ainda desafiador.

A Seara, por sua vez, teve um desempenho ainda mais robusto, com receita líquida de R$ 47,4 bilhões (crescimento de 15%) e Ebitda ajustado de R$ 8,4 bilhões — uma alta de 366%. A margem Ebitda saltou de 6,6% no quarto trimestre de 2023 para 19,8% no mesmo período de 2024.

“A recuperação da Seara é impressionante”, afirmou Tomazoni. “E ainda temos muito espaço para evoluir. Há oportunidades claras de melhoria na gestão e nas operações.”

Como exemplo do bom momento da Seara, ele citou a emissão, em março, de R$ 805 milhões em CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), em três séries — incluindo uma de 30 anos, considerada a mais longa já registrada no mercado de capitais brasileiro.

Outras divisões também apresentaram resultados sólidos. A Pilgrim’s Pride teve o melhor desempenho de sua história, com a margem subindo de 9,8% para 14,7%. Já a JBS Brasil fechou o ano com margem de 7,7%, impulsionada pelo aumento nas vendas de carne bovina.

Agora, o mercado volta suas atenções para a aguardada dupla listagem da JBS. A companhia aguarda o encerramento da análise da SEC (Securities and Exchange Commission) para então solicitar seu registro nos EUA. Após esse passo, uma assembleia de acionistas precisará ser convocada para ratificar a decisão.

Questionado sobre o cronograma, Tomazoni preferiu não fazer previsões. Nos bastidores, porém, acredita-se que a JBS possa concluir sua listagem simultânea na Bolsa de Nova York e na B3 até o fim deste ano.

A expectativa é que, ao ser listada nos Estados Unidos, a empresa passe a ser negociada com múltiplos semelhantes aos de seus concorrentes globais, o que poderia destravar ainda mais valor para a companhia.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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