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Café acumula recordes de alta em NY; quando preço deve baixar?

Os contratos de março, os mais líquidos, superaram os US$ 4 por libra-peso na bolsa

Café emendou dez sequências com preço recorde em Nova York | Foto: Divulgação

O mercado do café atingiu um marco histórico na bolsa de Nova York, impulsionado por oferta reduzida, demanda firme e um movimento especulativo sem precedentes. Na quinta-feira (6), o contrato futuro para março registrou alta de 1,56%, alcançando US$ 4,0395 por libra-peso. Com isso, o café acumula dez recordes consecutivos e valorização expressiva nos últimos doze pregões.

O cenário atual tem forte relação com a produção no Brasil, maior exportador mundial de arábica. Inicialmente, o mercado projetava uma safra de 70 milhões de sacas para 2025/26, mas a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa para 51,8 milhões, uma queda de 4,4% em relação à temporada anterior.

Altas temperaturas e chuvas tardias

As dificuldades começaram em setembro de 2024, quando altas temperaturas prejudicaram lavouras no sul de Minas Gerais. A chuva tardia em outubro não foi suficiente para recuperar as áreas afetadas pela seca, contribuindo para a escalada dos preços.

Além da oferta limitada, a baixa nos estoques globais também impulsiona as cotações. Relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) aponta que os estoques finais da safra 2024/25 devem cair 6%, atingindo o menor nível em 25 anos. 

Segundo o analista Leonardo Rossetti, o café já acumula valorização de 26% neste ano, dobrando de preço desde dezembro de 2023. Para o consultor Lúcio Dias, o mercado financeiro tem papel crucial nesse movimento, já que a aposta contínua na alta dos preços estimula novos investidores a seguirem essa tendência.

queda nos preços

No curto prazo, especialistas não veem sinais de queda nos preços. Os cafeicultores seguem afastados das negociações, e a baixa liquidez dificulta as operações. Para Dias, a única possibilidade de alívio pode vir da arbitragem entre arábica e robusta, que poderia levar a uma mudança na composição dos blends e reduzir a demanda pelo arábica. No entanto, enquanto a oferta seguir restrita e o mercado especulativo aquecido, o café deve permanecer em patamares elevados.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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