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Brasil virou uma air fryer: calor prolongado está ligado a anticiclone e rios voadores

A onda de calor que os principais serviços de meteorologia preveem durar dez dias não deve ser seguida por alívio

Brasil virou uma air fryer: calor prolongado está ligado a anticiclone e rios voadores | Bruno Peres/Agência Brasil

A partir desta semana, uma onda de calor extremo atinge as regiões mais populosas do Brasil, incluindo o Sudeste, partes do Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Paraná, com temperaturas até 7°C acima da média. 

A previsão é que o calor persista por dez dias, sem alívio, e fevereiro termine com temperaturas elevadas. O Sul, que chegou a registrar perto dos 44ºC nos últimos dias, deve ter redução das temperaturas, mas seguirá quente.

A previsão para os próximos 15 dias, até onde é possível prever com maior margem de acerto, é de muito calor e chuvas abaixo da média, no Sudeste e em partes do Nordeste", afirma o coordenador de operações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o meteorologista Marcelo Seluchi.

SENSAÇÃO TÉRMICA SUPERIOR A 50ºC

A previsão é de mais chuva na Amazônia e no extremo sul do Rio Grande do Sul, com a única boa notícia sendo a chuva no Centro-Norte da Amazônia, afetada pela seca. A onda de calor, que deve durar mais de dez dias, trará temperaturas diárias acima de 35ºC e sensação térmica superior a 50ºC. A definição de onda de calor é quando as temperaturas ficam 5°C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos.

O anticiclone, estacionado sobre parte da América do Sul, incluindo Paraguai e Argentina, esquenta o ar por compressão, criando um bloqueio atmosférico que impede a formação de nuvens e a chuva. Esse processo retroalimenta o calor, mantendo as temperaturas elevadas e a seca. 

Rios de calor

Os "rios voadores" da Amazônia, que normalmente são úmidos, passam pelas regiões Centro-Oeste e Sudeste, secando e aquecendo. Com a perda de umidade, a temperatura sobe, transformando esses rios atmosféricos em fontes de calor, em vez de umidade. Isso leva ao transporte de temperaturas elevadas da Amazônia para o Sudeste, com pouca chuva. 

LA NIÑA

A formação de frentes frias ou uma Zona de Convergência do Atlântico Sul, que poderiam aliviar o calor, está descartada para as próximas duas semanas. A La Niña, muito fraca, não trouxe alívio e tem impactado negativamente a chuva no Rio Grande do Sul. Além disso, o Atlântico continua excepcionalmente quente, intensificando o calor na América do Sul. 

Regina Rodrigues, professora de oceanografia, explica que, após um El Niño, normalmente há uma redução da temperatura dos mares. No entanto, os oceanos podem estar tão aquecidos que suas camadas superficiais não estão mais se misturando com as camadas frias, impedindo a absorção do excesso de calor. Isso mantém a superfície dos mares quente, impactando o clima.

(Com informações do O Globo)

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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