O Brasil se destaca no cenário global como um dos principais produtores de proteínas de origem animal, ocupando a segunda colocação na produção mundial de carne bovina. (Originalmente publicado no Broadcast Agro)
É importante destacar que a produção brasileira de carne tem apresentado avanços significativos tanto em qualidade quanto em quantidade. Em 2024, atingiu um recorde histórico, e as projeções para 2025 indicam um novo aumento, com expectativa de alcançar 11,9 milhões de toneladas.
Esse crescimento da produção de carne bovina no Brasil está relacionado à intensificação dos sistemas produtivos, e não à expansão das áreas de pastagem.
Entre 2007 e 2023, a área destinada às pastagens manteve-se estável, em torno de 179 milhões de hectares. No mesmo período, o rebanho bovino aumentou significativamente, passando de 147,3 milhões para 216,4 milhões de cabeças, conforme dados do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG).
A maior parte da carne bovina brasileira é consumida no mercado interno. As exportações concentram-se principalmente em cortes menos valorizados no Brasil, miúdos e o excedente da produção.
Em 2024, segundo dados trimestrais de abate do IBGE, convertidos para equivalente carcaça, a produção total de carne bovina foi de 10,2 milhões de toneladas. Desse total, 3,4 milhões de toneladas (33,8%) foram destinadas à exportação, enquanto 6,7 milhões de toneladas (66,2%) abasteceram o mercado interno.
As estratégias do Brasil para posicionar a carne bovina no mercado global
A partir de 29 de maio de 2025, o Brasil será reconhecido pela OMSA como área livre de febre aftosa, marco que ampliará o acesso a mercados exigentes, como Japão, Coreia do Sul e México. O reconhecimento ocorrerá durante a Sessão Geral da entidade em Paris.
Segundo a ABIEC, a nova certificação reforça a imagem do Brasil como fornecedor confiável e abre oportunidades para valorizar a carne bovina, miúdos e coprodutos, com impactos positivos na geração de empregos e no crescimento econômico. Iniciativas como o projeto "Beef and Road" buscam ampliar a presença da carne brasileira em centros populosos da China, adaptando o produto aos hábitos locais.
As negociações comerciais devem avançar com diversos países. Indonésia e Filipinas devem abrir mercados para os miúdos; o Vietnã tende a consolidar a carne bovina brasileira; Japão e Coreia do Sul estão em tratativas; e Marrocos, que já abriu mercado, pode se tornar um hub estratégico para a África e Europa. A certificação também fortalece o Brasil nas negociações por melhores tarifas com a China.
Com maior padrão sanitário e rastreabilidade, o Brasil consolida sua posição como um dos principais fornecedores globais de proteína animal, com potencial para se tornar líder na alimentação mundial.
(Com informações da scotconsultoria.com.br)