Em 2026 ocorrerão as eleições gerais, quando serão escolhidos o novo presidente da República, novos senadores, deputados federais e estaduais. As preparações para esse processo eleitoral já estão em andamento. Recentemente, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, reuniu todos os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
Em entrevista ao Rádio Jornal da Rede Meio, com a jornalista Cinthia Lages, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), desembargador Sebastião Ribeiro Martins, explicou que o processo terá particularidades:
“Em 2026 nós temos uma particularidade: o eleitor, ao chegar na cabine de votação, terá sete votos para confirmar. Isso pode ser uma dificuldade, principalmente na zona rural. Nós temos muitos eleitores analfabetos e a preocupação da ministra é com toda essa logística.”
Segundo o desembargador, também está em andamento o ajuste no número de eleitores por seção.
“Ano passado tivemos urnas com 500 eleitores. Estamos tentando diminuir para 400 eleitores na capital e 350 no interior, para facilitar esse processo de votação, assim haverão mais seções. A outra dificuldade que também foi debatida foi a quantidade de urnas eletrônicas. O tribunal se encontra em processo de licitação de urnas eletrônicas. O Piauí ainda não tem urnas suficientes. Em novembro, o TSE vai definir quando cada estado irá receber as urnas.”
O presidente reforçou que, em novembro, será decidido se haverá aumento no número de seções. Entretanto, o crescimento no número de urnas implica em maiores gastos financeiros.
Outro ponto debatido foi a biometria.
“Ela ouviu os presidentes e pediu que fizessem o possível para fazer a biometria dos eleitores. Isso demonstra mais transparência, rapidez no processo de votação. Aqui no TRE-PI, nós temos mais de 96% do eleitorado já com biometria cadastrada, representando um dos estados com maior percentual”, de acordo com o desembargador, a meta é atingir o cadastro total até o fim do prazo.
“O planejamento é cadastrar todos os eleitores até dezembro. Caso não dê, temos até março. A partir do fechamento do cadastro não pode. Esperamos estar com até 100% das biometrias cadastradas até o final do fechamento de cadastros. Estamos fazendo mutirões para cadastrar esses eleitores, muitos não fizeram a biometria devido à Covid.”
O novo código eleitoral e o voto impresso
O presidente também comentou sobre a discussão em torno do voto impresso. Para ele, o modelo representaria um retrocesso. Pois com o voto impresso haverão mais gastos, tecnologias diferentes e adaptações. Será burocrático e lento.
“Foi aprovado recentemente na Comissão de Constituição e Justiça o voto impresso. Eu particularmente acho um retrocesso. Nós estamos na era digital, a urna eletrônica é moderna, aperfeiçoada, passou por várias auditorias. E o próprio Supremo Tribunal Federal, em duas oportunidades, já disse que o voto impresso é inconstitucional. Em 2013 e 2020 foi decidido isso, porque viola o princípio básico do processo eleitoral, que é o sigilo do voto. Nas pequenas cidades, isso pode vazar.”