Por Roberto Veloso
No Dia dos Pais, presto uma homenagem a todos na pessoa de José, pai na terra de Jesus, que desempenhou o seu papel de forma irretocável, cumprindo os deveres de provedor, protetor e cuidador atencioso. Seu trabalho e atuação na infância de Jesus proporcionaram as condições para o exercício do ministério do Filho de Deus.
E agora, José? Essa talvez tenha sido a pergunta que José, noivo de Maria, mãe de Jesus, fez a si mesmo quando soube que sua prometida estava grávida. O evangelista Mateus noticia que José era um homem justo e, não querendo difamar sua noiva, planejava deixá-la secretamente, sem proferir uma palavra que a desabonasse.
Vê-se em José um servo do Deus Altíssimo, ao se verificar a reação dele quando o anjo do Senhor lhe apareceu e disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles.”
José acatou a palavra de Deus e foi um exemplo de pai. Ele era descendente direto da tribo de Judá, a mesma do rei Davi. Nele se cumpriu a profecia de Isaías de que o Messias seria descendente de Davi. E, segundo o evangelho de João, capítulo 1, versículo 45, quando Filipe encontrou Natanael, identificou Jesus como o Nazareno, filho de José.
Portanto, José desempenhou tão perfeitamente o papel de pai de Jesus que a comunidade identificava o Mestre como filho de José. Ele cumpriu todos os deveres de um pai judeu: deu ao Filho o nome de Jesus, conforme o Senhor havia ordenado; e, quando Jesus tinha oito dias de nascido, deu efetividade à lei de Moisés, contida no Livro de Levítico, e circuncidou o menino.
A lei mosaica determina que a mãe de um menino passe trinta e três dias após a circuncisão em período de purificação, e depois leve ao sacerdote um cordeiro, se tiver posse; ou, se não a tiver, leve duas rolas ou dois pombinhos — um para holocausto e outro para oferta pelo pecado. Lucas relata que José levou a oferta cabível às pessoas de poucas posses, pois não tinha um cordeiro para oferecer.
José também foi um protetor da família, pois o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e o avisou para deixar Belém e partir para o Egito, já que Herodes queria matar o menino. Ele somente retornou depois que, avisado por um anjo, soube que Herodes havia morrido e Arquelau assumira em seu lugar.
Para que a família e o menino não sofressem qualquer atentado, decidiu não voltar para a Judeia, terra de seus antepassados, e foi morar na cidade de Nazaré, na Galileia, onde Jesus cresceu e iniciou o seu ministério. Em razão de viver nessa cidade, Jesus era chamado de Nazareno.
Anualmente, a família de José ia a Jerusalém para a festa da Páscoa. Em uma dessas idas, quando Jesus tinha doze anos, na volta deram conta da falta do então adolescente. Ao retornarem a Jerusalém, encontraram-no conversando com os doutores da lei. A mãe, Maria, perguntou-lhe: “Filho, por que você nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura.”
Tudo isso demonstra a preocupação de José com a família. Além de tudo, José era carpinteiro, e com essa profissão mantinha sua casa, sempre com a Graça de Deus. O comportamento de José deve servir de modelo para todos os pais.
Em uma época de tanto desamor, de violência doméstica e de abandono, precisamos seguir padrões corretos de comportamento, como fez José — um homem justo, trabalhador, atencioso, provedor e temente a Deus.
Feliz dia dos pais.