Celebrar os 43 anos da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) é, antes de tudo, reconhecer a força de um setor que tem contribuído para mudar a realidade do país ao ampliar o acesso à graduação para milhões de brasileiros. É também relembrar o quanto caminhamos, os desafios enfrentados e os preconceitos superados, reafirmando, a cada novo ciclo, o nosso compromisso com uma educação de qualidade, inclusiva e sintonizada com as demandas da sociedade.
A história da ABMES se entrelaça com a trajetória da educação superior privada no Brasil. Fundada em agosto de 1982, em um período marcado por instabilidade econômica e pelo processo de redemocratização do país, a entidade nasceu da necessidade de organização e representação institucional de um setor em expansão, mas ainda carente de reconhecimento e respaldo político. À época, a educação privada era vista com desconfiança por muitos brasileiros, mesmo já sendo responsável por uma parcela significativa das matrículas no ensino superior.
Desde então, a ABMES trilhou um caminho de coragem, obstinação e resiliência, participando ativamente das principais decisões que moldaram a área educacional nas últimas quatro décadas. A entidade esteve presente nos principais debates e avanços que impactaram a educação superior, como a criação e o aprimoramento de políticas públicas como o Fies e o ProUni e, mais recentemente, as discussões sobre o novo marco regulatório da educação a distância. No momento, entre outras agendas, temos acompanhado com muita atenção e proximidade os rumos do novo Plano Nacional de Educação.
Atenta à sua missão institucional, a ABMES sempre defendeu com firmeza os princípios da liberdade de iniciativa, da responsabilidade social das instituições e da importância de uma regulação justa e eficaz. Por meio do diálogo técnico e propositivo com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, conquistamos espaço institucional, contribuímos com estudos, pesquisas e propostas, e consolidamos a imagem de um setor maduro, diverso e essencial para o desenvolvimento nacional.
Hoje, a educação superior privada responde por quase 80% das matrículas e está presente em todos os estados brasileiros, promovendo inclusão, empregabilidade e progresso. E muito desse avanço se deve ao trabalho incansável da Associação, sempre pronta para servir na defesa dos interesses legítimos das mantenedoras, na articulação com os órgãos reguladores e na promoção de ações que qualificam e fortalecem as instituições de ensino.
Nada disso teria sido possível sem o trabalho incansável e a determinação dos presidentes que me antecederam. Com coragem, visão e profundo compromisso com o setor, conduziram a ABMES na sua caminhada até os dias atuais. Rendo minha homenagem aos saudosos Candido Mendes, Édson Franco e Gabriel Mario Rodrigues, líderes que marcaram a história da entidade com inteligência e espírito público, e ao meu atual vice-presidente, Celso Niskier, cuja dedicação e entrega seguem sendo fundamentais para a trajetória da nossa Associação.
Destaco ainda o apoio incondicional dos nossos associados, bem como a dedicação e o trabalho sério desenvolvido pelas diretorias pregressas e presente, sempre comprometidas com transformação de vidas por meio da educação. Nesse sentido, agradeço de forma especial aos outros dois vice-presidentes, Beatriz Eckert-Hoff e Henrique Sartori, grandes educadores que aceitaram trabalhar ao meu lado na presidência da ABMES pelos próximos três anos. E também à Débora Guerra, vice-presidente na minha primeira gestão e atual vice-presidente do Conselho de Administração, pelo olhar sempre atento e pela disposição incansável de contribuir com a entidade e com a educação superior do nosso país.
Por fim, não posso deixar de mencionar a competência e o comprometimento da nossa equipe técnica. Pessoas com capacidade de transformar ideias e demandas em ações concretas e eficazes, um dos pilares que sustentam a posição da ABMES como a principal entidade representativa da educação superior privada no país. Ao mencionar o diretor geral, Paulo Chanan, estendo meu mais profundo reconhecimento e agradecimento a cada pessoa que esteve e que continua ao nosso lado ao longo dessa trajetória de conquistas e dedicação à educação brasileira.
Para os próximos anos, assumimos o compromisso de uma atuação firme, combativa e independente junto aos três poderes da República para que a educação seja, de fato, reconhecida e tratada como uma área estratégica para o desenvolvimento do país. Seguiremos empenhados na defesa dos legítimos interesses do setor privado, além de trabalhar para ampliar nossa presença e influência nos espaços de formulação de políticas públicas, bem como nos colegiados e instâncias decisórias que definem os rumos da educação superior brasileira.
Sabemos que o cenário atual impõe desafios relevantes, como o enfraquecimento da política pública de financiamento estudantil e a necessidade constante de atualização dos currículos acadêmicos para atender a um mercado de trabalho que se reinventa a cada dia. Mas também é tempo de oportunidades. Vivemos uma revolução tecnológica sem precedentes, que abre novas possibilidades para a aprendizagem e caminhos para a construção de soluções inovadoras, sustentáveis e coerentes com o nosso tempo e com a nação que queremos ajudar a construir.
Seguimos firmes, com os olhos voltados para o horizonte, convictos de que a educação é o caminho mais seguro para um Brasil mais justo, próspero e democrático. Que venham os próximos 43 anos, e que eles sejam ainda mais transformadores.
*Diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), secretário-executivo do Brasil Educação - Fórum Brasileiro da Educação Particular, fundador e controlador do grupo Ser Educacional, e presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo.