O desembargador Carlos Augusto Brandão esteve no Agora, da Rede Meio Norte, para falar do Coletivo Pense Piauí (CPP), que desenha uma série de ações em todo o Estado como forma de transformação social. Assumindo a postura de ser uma rede de lideranças, o CPP realiza expedições e coloca questões sociais sob os holofotes.
“Nós temos uma democracia estabelecida a partir de 1988. Mas a consolidação disso não se faz com política partidária, que cria conflitos. Certos temas precisam de algo além, acima de fragmentações partidárias. O Judiciário tem essa importância, porque está fora disso. E podemos criar caminhos de negociações e intermediações”, disse Brandão ao jornalista Amadeu Campos.
O desembargador frisa a necessidade de ir até os problemas e não esperar a judicialização. Através de conciliações é possível resolver conflitos acima de questões políticas. “O Judiciário precisa se antecipar indo aos conflitos ao invés de esperar por ele. Deixa de ser um gestor de processos, são mais de 100 milhões de processos na Justiça. Temos uma cultura muito formal, bacharelesca. No momento que o Judiciário entende a população, ele vê que precisa de soluções efetivas. Existe uma pauta de direitos que deve ser efetivada com políticas públicas”, aponta.
Neste diálogo com a sociedade, o Pense Piauí é uma força necessária para resgatar o patrimônio piauiense. “Não é mais uma rede de instituições, mas de lideranças. Fazemos expedições, teve uma que fizemos na segunda fábrica de laticínios do Nordeste e primeira do Piauí. Está abandonada e sem produção. Para isso, precisamos de convergência, muitas vezes fragmentada por questões políticas. É um belíssimo prédio, que foi feito pelo mesmo arquiteto do Theatro 4 de Setembro”, exemplifica Carlos Augusto Brandão.
Com a amplitude de divulgação do Grupo Meio Norte de Comunicação e a magnitude das ações realizadas, o Coletivo Pense Piauí atrai atenção de todo o Brasil. Nós recebemos ligações de várias partes do Brasil que querem participar de eventos como nossas cavalgadas pelo Piauí afora. Isso gera identidade, empoderamento e pertencimento às comunidades. A paz não se faz com economia, mas com cultura. É por isso que o Judiciário deve participar mais dos núcleos de participação de cultura, como as escolas”, finaliza o desembargador.