Após uma semana conturbada, o Colégio Estadual José Bonifácio, onde estudavam os quatro jovens encontrados mortos na Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia, deve retomar a rotina na próxima segunda-feira (2). "Foram dias atípicos. Ficamos de luto na terça e na quarta e não tivemos aula nesta sexta-feira porque estávamos em reunião", disse a coordenadora Valéria Fátima Costa Barbosa.
Na manhã da última terça-feira (27), os alunos do colégio, no Setor Campos Elísios, foram surpreendidos com a notícia de que os corpos de três colegas haviam sido localizados, na noite anterior, carbonizados. Daniele Gomes da Silva, de 15 anos, Raissa de Souza Ferreira, 15, e Neylor Henrique Gomes Carneiro, 18, estavam sumidos desde o dia 19 de agosto.
Eles faziam parte de um grupo de cinco estudantes que desapareceu após entrar em carro prata, na saída do colégio. Os alunos cursavam o 1º ano do ensino médio, em duas salas diferentes. Valéria conta que deu aula para os adolescentes do 6º ao 8º ano, quando eles estudavam no período da tarde. "Desde que eles passaram para a manhã, perdi o contato e não posso falar como estavam em sala de aula", relatou.
Sepultamentos
Daniele e Raíssa foram enterradas na quarta-feira, no Cemitério Jardim da Esperança. Na quinta-feira, familiares de Neylor sepultaram o corpo do garoto. "É uma tristeza muito grande. Meu filho era um menino trabalhador, vaidoso e cheio de sonhos", disse o pai do adolescente, Fábio Almeida.
Fábio, agora, espera uma solução para o caso. "Só quero saber o que aconteceu com meu filho. Não acredito que ele esteja envolvido com nada errado. A polícia disse que o caso está próximo de ser solucionado e eu tenho fé nisso", desabafou o pai.
Também faziam parte do grupo os adolescentes Denis Pereira dos Santos, de 16 anos, e Helen Martins, 16. O corpo de Denis havia sido encontrado no mesmo dia do desaparecimento, com um tiro na nuca, também na Serra das Areias.
A jovem Helen Martins ainda não foi encontrada. Em entrevista, a mãe da garota, que preferiu não se identificar, disse ter esperança de encontrar a filha com vida: "Tenho fé".
O delegado Kleber Toledo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, disse que só vai comentar o caso quando ele estiver solucionado.