Uma cobra de um metro de comprimento picou a perna de um garoto de 12 anos no domingo (20) na zona rural do município de Sinop, a 500 km de Cuiabá. A mãe e o padrasto mataram o animal e percorreram 70 quilômetros para conseguir salvar o menino.
O garoto estava no sítio do avô a passeio e em uma trilha próxima à ponte sobre o Rio Teles Pires ele sentiu uma grande ardência em uma das pernas. Mas o menino continuou a caminhar pela trilha junto com a família. Sem mais aguentar andar, o garoto reclamou para a mãe que sentia muitas dores.
No mesmo instante, ela percebeu que o ferimento havia sido provocado por uma picada de cobra. Ela e o marido refizeram a trilha e mataram o animal, que seria da espécie jararaca. Desesperados, eles foram atrás de socorro.
O bombeiro que atendeu a ocorrência, o sargento Pedro Ribas Alves, disse ao G1 que a família viveu um drama por conta da distância do sítio até Sinop, a cidade mais próxima. ?O sítio da família fica na Gleba Mercedes a 70 quilômetros de distância. Para não perdemos tempo, orientei a família a trazer o garoto de carro com muito cuidado que a gente iria encontrar a família no meio da estrada?, enfatizou o bombeiro. A estrada é parcialmente asfaltada. São 50 quilômetros de asfalto e outros 20 de terra.
Os bombeiros encontraram a família no trevo que dá acesso à cidade de Cláudia. No local, o sargento relatou que resgatou o menino já apresentando efeitos do veneno da cobra, como palidez e muita sede. Após um hora de viagem até Sinop, o garoto foi encaminhado, muito debilitado, ao Pronto Atendimento da cidade.
Na unidade hospitalar, a vítima recebeu o soro antiofídico com fatores específicos para o veneno da jararaca. O G1 entrou em contato com o Pronto Atendimento que, via assessoria de imprensa, informou que o garoto apresenta melhoras significativas do quadro clínico e que o estado de saúde dele é estável.
Para o sargento Alves, a atitude da família em matar o animal foi perigosa, já que poderia ter atrasado ainda mais o resgate. No entanto, ele ressaltou que saber a espécie do animal ajudou na administração do soro antiofídico. ?O importante é não perder tempo procurando o animal, mas providenciar o mais rápido possível socorro ao paciente sem que ele se movimente. Mas saber a espécie da cobra facilita muito o atendimento, porque o soro dado é específico?, disse.
Animal silencioso
O Corpo de Bombeiros de Sinop atende todo mês pessoas atacadas por animais peçonhentos na região. Segundo o órgão, as jararacas são responsáveis pela maior quantidade dos ataques. Ainda de acordo com o órgão, o animal é silencioso e só pica quando se sente ameaçado.
A orientação do Corpo de Bombeiros é que as pessoas que vão fazer trilhas ou passar algumas horas na mata estejam com roupas adequadas para o passeio, como calça jeans e sapatos de cano longo. O menino que foi picado neste domingo estava apenas com chinelos e bermuda.