O comerciante José Vaniberto Silva, 61 anos, investiu R$ 134 mil em placas de energia solar para seu mercadinho, na Avenida Prefeito Freitas Neto, no Mocambinho, com o intuito de reduzir a conta de energia. Desde o dia 10 de janeiro o empresário vem reclamando com a concessionária Equatorial Energia Piauí, que instalou um medidor convencional de energia no seu estabelecimento que não capta a produção de energia fotovoltaica. Ao contrário do medidor convencional, o consumidor solicitou o medidor bidirecional, que possibilitaria fazer a medição de toda a energia em kWh que foi injetada na rede pela usina fotovoltaica instalada naquele imóvel, assim como a energia que foi consumida e que, em outras palavras, seria vendida para a concessionária.
"Após um aquecimento do meu medidor, a Equatorial instalou um medidor que não é bidirecional - que não capta a minha produção de energia, só o que gasto. Estou solicitando da empresa uma coisa simples, que é a mudança de registro de energia", desabafou o comerciante, que está reclamando do "abuso".
O medidor bidirecional é um componente fundamental para os sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à rede das concessionárias de energia elétrica. Ao contrário do medidor convencional, conhecido também como relógio, o medidor bidirecional mede a energia consumida por uma instalação e a quantidade de energia injetada na rede elétrica.
O problema começou quando o cliente tentou conferir se a produção de energia elétrica do sistema está igual ao valor registrado no medidor pelo código 103 (medidor solar). O comerciante quis ter a certeza de que todos os seus créditos gerados estão sendo computados. No caso da medição, José Vaniberto questiona a precisão do medidor sobre a medição do código 103, uma vez que não é registrado 100% da energia produzida pela sua usina. "Eu sou um gerador de energia com mais de 4 mil quilowatts por mês e fico olhando, está tendo uma troca de energia", conferiu. Com o fechamento da fatura para o próximo dia 15 de fevereiro, o comerciante teme ficar no prejuízo. "A conta vai vir muito alta e deve passar dos R$ 3 mil. Antes pagava R$ 250,00", disse.
O consumidor foi informado pela concessionária que os medidores bidirecionais estão em falta. Para José Vaniberto, a instalação do medidor convencional de energia em seu mercadinho foi um absurdo, visto que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece o medidor de energia solar. "Outras pessoas que não sabem e vão ter que colocar o medidor bidirecional vão ter esse mesmo problema e só vão saber quando a conta de energia chegar".
O JMN entrou em contato com a Equatorial Energia Piauí, que se manifestou sobre o assunto explicando que se trata de uma demanda específica. A concessionária reitera que solucionará o problema do cliente.