Cientistas do Imperial College London, na Grã-Bretanha, descobriram uma nova classe de anticorpos capaz de neutralizar as quatro formas do vírus da dengue, um passo promissor para o desenvolvimento de uma vacina que previna a doença.
O novo tipo de anticorpo, descoberto em humanos, também neutraliza o estágio inicial do vírus presente no mosquito Aedes aegypti. O estudo que detalha como funciona o novo anticorpo foi publicado nesta segunda-feira na revista britânica Nature Immunology. O estudo que detalha como funciona o novo anticorpo foi publicado nesta segunda-feira na revista britânica Nature Immunology.
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito infectado, que introduz o vírus no sangue humano. Anualmente, 400 milhões de pessoas são atingidas pela doença, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta.
Um de seus principais problemas é a existência de quatro subtipos. Em geral, a dengue provoca febres altas, dor de cabeça, vômitos e erupções na pele, mas pode ser fatal em sua forma hemorrágica.
Ter sido atingido por um desses tipos não imuniza a pessoa dos demais. Por isso, um anticorpo eficaz contra todas as versões do vírus é o melhor caminho para a criação de uma vacina.
Buscando uma forma de combater a doença, a equipe dirigida pelo pesquisador britânico Gavin Screaton analisou 145 amostras de anticorpos de pacientes infectados que reagiram contra o vírus.
Os cientistas perceberam que cerca de um terço da resposta imunológica desses pacientes vinha dessa nova classe de anticorpos. Em vez de atacar apenas uma proteína na superfície do vírus, esses anticorpos miram uma espécie de ponte molecular que une duas proteínas, o que torna a resposta imunológica mais ampla e bem-sucedida.
Expansão
No estudo, a equipe de pesquisadores assinalou que a expansão geográfica da dengue vem aumentado, com um maior número de casos na América Latina e na Austrália, e poderia se estender ao sul da Europa. O grupo, que estuda a dengue há dez anos, não acredita que a doença possa ser controlada em todo o mundo até que se desenvolva uma vacina, que pode levar uma quantidade de tempo considerável para ser produzida e testada.
Enquanto a vacina não existe, a única forma de impedir o contágio em larga escala ainda é usar as medidas básicas de higiene. “É preciso 'informar à população sobre boas práticas, limpar e não armazenar lixos nas cidades e usar inseticidas”, diz Screaton.
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