V?lvulas do cora??o, vasos sangu?neos, pele e at? uma bexiga humana, tudo produzido em laborat?rio. O Fant?stico foi ver de perto essa f?brica de ?rg?os que pode salvar a vida de muita gente.
No futuro planejado pelos cientistas, o nosso corpo ser? tratado pelos m?dicos quase como uma m?quina. Pe?as que n?o funcionam direito ou ficaram velhas poder?o ser trocadas por outras novinhas, constru?das em laborat?rio.
Esse futuro est? cada vez mais pr?ximo. O Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest j? est? produzindo 22 ?rg?os e tecidos fora do corpo, como uma bexiga, um m?sculo ou uma v?lvula do cora??o. Daqui a alguns anos, eles poder?o ser usados para substituir ?rg?os danificados pela idade, c?ncer, ferimentos ou m? forma??o. Ainda ? uma t?cnica experimental, mas j? foi aplicada em alguns pacientes.
Kaityline Macnamara, de 18 anos, nasceu com uma doen?a chamada "Spina Bifida", caracterizada por m?-forma??o da coluna vertebral. A doen?a afeta os movimentos e prejudica o funcionamento da bexiga.
At? os 11 anos de idade, Kaityline tinha que usar fraldas. Por isso, em 2001, a fam?lia concordou que ela, ao lado de outras seis crian?as, participasse da experi?ncia pioneira: receber uma bexiga constru?da manualmente em laborat?rio.
"Eu estou excelente, 100% melhor do que estava antes. Vou ao est?dio de futebol e ao cinema com meus amigos. Vida normal: ? assim que eu me sinto. ? assim que as pessoas que me cercam me v?em", comenta Kaityline.
A pesquisa ? comandada pelo doutor Anthony Atala. "Uma das grandes vantagens da medicina regenerativa ? que usamos as pr?prias c?lulas do paciente para fazer os ?rg?os. N?s criamos o tecido e botamos de volta no paciente, por isso n?o h? rejei??o", diz o doutor Anthony Atala.
Em uma sala, ocorre o momento mais importante de todo o processo de cria??o de tecidos do corpo. Nela, os cientistas fazem as c?lulas crescerem e constroem, por exemplo, vasos sang??neos. M?quinas simulam o funcionamento do corpo humano. A temperatura ? a mesma do nosso corpo: 37?C
Dentro de uma m?quina, tubos funcionam como as art?rias, levando para as c?lulas alimento semelhante ao que existe no nosso sangue. De l?, vai sair um vaso sangu?neo novo em folha. O doutor Atala mostra que o vaso sang??neo est? quase pronto. ? um tubo branco, envolvido por um l?quido cor-de-rosa, pulsando no ritmo do cora??o.
"Do momento em que tiramos as c?lulas dos pacientes, as cultivamos e implantamos de novo, leva seis semanas, para muitos dos ?rg?os", explica o doutor Anthony Atala.
?, realmente, impressionante. Mas para ?rg?os mais complexos, como o cora??o, o laborat?rio est? desenvolvendo uma t?cnica ainda mais sofisticada: em vez de fazer o trabalho todo ? m?o, os cientistas usam uma impressora. Em vez de tinta, os cientistas injetam c?lulas dentro do cartucho. A m?quina ? capaz de despejar 250 mil c?lulas por segundo e um programa de computador determina a forma que o ?rg?o deve ter.
O doutor Tao Xu diz que um dos primeiros usos dessa m?quina deve ser para reconstruir a pele, por exemplo, de pessoas queimadas. Ele prev? que isso poder? come?ar a ser testado em cinco anos e mostra como a pele danificada vai ser substitu?da.
"Por exemplo, digamos que eu seja o paciente e esteja deitado. Vai ser deste jeito: c?lula a c?lula, camada a camada", mostra o doutor Tao Xu.
A pesquisa pode parecer fic??o cient?fica, mas est? recebendo investimento de grandes empresas americanas e chamou aten??o do comando militar dos Estados Unidos. O Pent?gono destinou um US$ 1 milh?o para o instituto. A inten??o ? encontrar tratamentos para o crescente n?mero de feridos em guerras como a do Iraque.