Nas avenidas mais movimentadas de Teresina é possível perceber a relação de confronto existente entre ciclistas e motoristas. Todos os dias, nesses pontos, pode-se notar o grande risco dos que trafegam de bicicleta pelas ruas da cidade.
Ao contrário do que acontece com condutores de carros e motocicletas (onde as pessoas têm aulas práticas e teóricas), os ciclistas não conhecem seus direitos e deveres nas ruas e não passam por nenhum treinamento.
De acordo com o ciclista Roberto Martins, o processo de deslocamento do automóvel é muito diferente da bicicleta. E é, por isso mesmo, difícil de ser compreendido por quem não tem o hábito de pedalar nas ruas.
Quando um carro passa perto de uma bicicleta muitas vezes faz o ciclista sentir a morte por perto, pois a possibilidade de cair debaixo das rodas do veículo é grande. Ele revela que essa sensação de medo chega a triplicar com a aproximação das motocicletas.
?Sou vendedor autônomo e sempre ando de bicicleta nas principais avenidas da cidade como a Marechal Castelo Branco, a Barão de Gurguéia, a João XXIII e a Miguel Rosa. Nelas, a dificuldade para se trafegar é imensa, principalmente na Avenida João XXIII.
O perigo para quem anda nesse transporte é algo constante. Eu, muitas vezes, para ter mais segurança, passo na faixa de pedestre, quando preciso atravessar as vias?, conta o ciclista.
Embora a falta de segurança dos ciclistas esteja evidente, estes também cometem uma série de infrações. Pedalar nas calçadas, trafegar na contramão e furar o sinal vermelho, são as mais comuns. Em relação a esse fato, Roberto Martins argumenta que todos esses atos são realizados em decorrência do medo que possuem.
?Quando o sinal fica verde para mim, nem me atrevo a me antecipar ou passar junto com os outros veículos. Espero que eles passem primeiro, já que é melhor chegar à casa tarde do que chegar cedo em outro mundo?, comenta o ciclista ao ressaltar que a solução para esse problema seria ter uma educação para o trânsito nas escolas, ensinando como funciona o trânsito para quem está em um carro, uma moto, uma bicicleta, a pé ou usando transporte coletivo.
A todo instante, na circulação pelas vias da cidade, o medo de serem surpreendidos por um carro ou motocicleta o acompanham os ciclistas no decorrer dos seus diferentes trajetos. Para evitar essas situações, os motoristas deveriam respeitar a distância de 1,5m do ciclista. Mas isso dificilmente acontece.