Ciclista que teve braço amputado diz que quer perdoar atropelador

Jovem teve braço decepado em acidente na Av. Paulista, no domingo (10). Motorista está detido em unidade prisional em Pinheiros

David Souza dos Santos | Reprodução
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A família do jovem David Souza dos Santos, ciclista atropelado em São Paulo e que teve o braço amputado em acidente no domingo (10), deu uma declaração reveladora: quer perdoar o atropelador e deseja que outras pessoas não sofram a mesma violência.

O ciclista continua internado no Hospital das Clínicas. Veja abaixo a íntegra da declaração:

"Eu gostaria de agradecer ao Tralli por estar divulgando essa minha fase. Graças a Deus eu estou me recuperando bem hoje e com muita fé das pessoas que estão me apoiando do lado de fora, os ciclistas que estão fazendo protesto, passeata, e os meus familiares que estão fazendo um bem tão grande para mim que, estou sentido vibrações tão boas que estão me fazendo me recuperar melhor. O Dr. Ademar, que está cuidando do caso, e muitas pessoas que estão apoiando por mim fora do hospital. Dr. Paulo Ademar Gomes que está me apoiando nessa área de advocacia. O Dr. Paulo e a sua equipe médica que estão me ajudando com os meus problemas por causa do meu braço. Meu físico está todo machucado. E gostaria de perdoar o cara que fez isso comigo, que gostaria que nada disso acontecesse comigo nem com outras pessoas. E um abraço bem forte pra todos."

Consumo de álcool

O estudante Alex Siwek foi preso pelo atropelamento. Imagens de uma câmera de segurança mostram que ele chegou, por volta da 1h30 de domingo (10), a uma casa noturna no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo. No vídeo, ele espera na fila para entrar e pega uma comanda. Quatro horas depois, está registrado o pagamento de três doses de vodka e um energético. Por volta das 5h30 ele sai, atravessa a rua e vai embora.Depois de deixar o lugar, Alex atropelou David Santos Souza, que pedalava na Avenida Paulista a caminho do trabalho.

O exame clínico apontou sinais de embriaguez no motorista, mas concluiu que ele não estava embriagdo. A policia quer saber se o fato de o exame ter sido feito seis horas depois do atropelamento influenciou o resultado.

No último domingo, Paoletti disse que estudante ficou atordoado na hora do acidente e, em um primeiro momento, não viu o braço no carro. Em choque, ainda de acordo com advogado, ele acabou jogando o braço em um córrego na Avenida Ricardo Jafet, na Zona Sul da capital paulista.

Na terça-feira (12), o ciclista disse à polícia que trafegava na contramão da ciclofaixa no momento do acidente. Ele buscou a ciclofaixa, que já estava separada da pista dos veículos por cones, por se sentir mais seguro.

O jovem relatou que foi atingido de frente pelo veículo de Alex e que chegou a ver o carro vindo em sua direção, em alta velocidade. Questionado sobre as circunstâncias da colisão, o delegado não soube explicar como o ciclista foi atingido.

Investigações

Antes de concluir o inquérito, a polícia aguarda os resultados das perícias feitas no local do acidente, no carro de Alex e no Córrego Ipiranga, local onde o braço foi jogado na Avenida Doutor Ricardo Jafet. Segundo o delegado Martins, 13 pessoas já foram ouvidas, entre testemunhas e envolvidos no caso.

A polícia busca imagens de câmeras de segurança do local do acidente e do ponto onde o braço foi jogado. Até agora, a polícia tem apenas imagens de uma câmera da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que mostram uma viatura de resgate passando às 6h06 de domingo para atender a ocorrência.

Testemunhas

Testemunhas disseram que o carro andava em zigue-zague e já tinha derrubado alguns cones colocados na Avenida Paulista para sinalizar a instalação da ciclofaixa. Após atingir o ciclista, o motorista deixou o local sem prestar socorro.

Estudante

Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo. O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se entregar.

O advogado de Siwek, Pablo Naves Testone, afirma que Siwek não tem antecedentes criminais e que reúne os requisitos para responder ao processo em liberdade. Disse ainda que a família do rapaz está muito assustada com a repercussão do caso e que já sofreu ameaças.

"Acharam o número da residência fixa, e ligaram falando bobagens, como a mãe e o pai educaram o menino, falando que iam matá-los". A ligação foi atendida pela mãe de Alex, que, segundo o advogado, está tomando rémedios por conta dos últimos acontecimentos. "Todos estão comovidos, sabem que foi aterrorizante, e que o menino será julgado pelo que fez, mas algumas pessoas estão exagerando."

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