A previsão climática para o final de 2019 foi divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e aponta para a formação de precipitações na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). As chuvas devem começar oficialmente em novembro na faixa cerradeira, no Sul do Piauí.
O climatologista da Universidade Estadual do Piauí, professor Werton Costa, aponta que a previsão de chuvas será dentro da normalidade, bem diferente do período de estiagem que assolou o Estado desde o final de 2015.
“Acredito nessa tese de que as chuvas serão bem distribuídas. Tivemos os fenômenos climáticos La Niña, em 2018, e o El Niño, em 2019, fracos, comprovando que a condição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico se resfriando e o Atlântico se aquecendo está bem diferente dos dois anos anteriores. Após este período de seca, temos condições muito favoráveis para a distribuição de chuvas no extremo Sul, já em novembro”.
Werton adianta que as chuvas ocorrerão no Cerrado e parte do Semiárido. Um dos fatores determinantes é a influência das três faixas de chuvas que ocorrem no Piauí em regiões diferentes. “As chuvas começarão no extremo Sul, na região dos municípios de Corrente, Gilbués, Bom Jesus, Uruçuí, Colônia, Cristalândia e parte do semiárido, de novembro até janeiro. Depois esse ciclo se estende até março, que é o da região de Teresina e do centro do Estado, e o último ciclo”, elucida.
As chuvas na região afetam as lavouras, que têm uma relação muito forte com a agricultura, o que deve animar os produtores de grãos, algodão e soja, além da atividade pecuarista, isso porque o MATOPIBA se trata de uma fronteira do agronegócio no Brasil.
Os dados do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOOA), órgão ligado aos Estados Unidos, que monitora os índices climáticos no mundo, foram recebidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Inpe. “Teremos chuvas normais, o que significa bom resultado para a agricultura”, endossa o especialista.
Radiação solar
Mesmo com a antecipação de chuvas, o período mais quente, compreendido entre os meses de setembro a dezembro, não será afetado. “O B-R-O-Bró será típico, com calor e umidade baixa. Para que pudesse ser mais ameno, teríamos que ter condições diferentes do que se vem registrando nas últimas décadas”.
Ainda de acordo com o climatologista, o desconforto térmico começará a ser sentido pelos piauienses no próximo mês. Haverá um aumento da radiação ultravioleta, o que serve de alerta. “Com a posição astronômica do planeta, agosto é o mês com maior incidência de radiação solar no Piauí, ou seja, extremamente perverso para saúde da pele. É preciso intensificar o uso do protetor solar, da hidratação”, conclui o climatologista.