China sofre com pior tempestade de areia em uma década

Centenas de voos foram cancelados nos 2 principais aeroportos da capital Pequim. Fenômeno deve afetar 12 províncias, do extremo noroeste ao extremo nordeste do país.

Mulher caminha sobre ponte de pedestres em meio a tempestade de areia no distrito comercial de Pequim | Foto: Mark Schiefelbein/AP
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A capital da China e uma grande parte do norte do país foram envolvidos nesta segunda-feira (15) pela pior tempestade de areia em uma década, que forçou o cancelamento de centenas de voos.

Arranha-céus no centro de Pequim ficaram praticamente escondidos em meio à poeira e à areia, e mais de 400 voos saindo dos dois principais aeroportos da cidade foram cancelados em razão dos ventos fortes e da baixa visibilidade.

O Centro Meteorológico Nacional disse que a tempestade se desenvolveu no deserto de Gobi, na região da Mongólia Interior, e que é a mais intensa em dez anos, além de ocupar a maior área.

Mulher caminha sobre ponte de pedestres em meio a tempestade de areia no distrito comercial de Pequim — Foto: Mark Schiefelbein/AP 

O órgão prevê que a areia e a poeira devem afetar 12 províncias, da região de Xinjiang, no extremo noroeste, Heilongjiang, no extremo nordeste, e chegar até a cidade portuária Tianjin, perto de Pequim, na costa oriental do país.

Essas tempestades de areia costumavam ocorrer regularmente na primavera, quando a areia dos desertos ocidentais sopra para o leste, afetando até no norte do Japão.

O plantio maciço de árvores e arbustos reduziu os efeitos em outras partes da China nos últimos anos, mas a expansão das cidades e de indústrias, junto com a mineração a céu aberto e a pecuária, colocam uma pressão constante sobre o meio ambiente em toda o país.

Com uma mistura de deserto e estepe relvada, a Mongólia Interior é particularmente propensa a climas extremos resultantes da exploração de recursos.

Ciclista tenta cobrir o rosto em meio a tempestade de areia que tomou Pequim nesta segunda (15) — Foto: Ng Han Guan/AP

Poluição em Pequim

Ainda não está claro se a poluição também contribuiu para o fenômeno em Pequim, que sofre com um recente declínio geral na qualidade do ar.

O Partido Comunista chinês prometeu reduzir as emissões de carbono em 18% nos próximos cinco anos e tenta há anos melhorar a qualidade do ar na capital e em outras grandes cidades.

Mas ambientalistas dizem que a China precisa fazer mais para reduzir a dependência do carvão, que a transformou no maior emissor mundial de gases causadores das mudanças climáticas.

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