Sobre saúde: Check-up previne até morte súbita

Fazer uma revisão anual para saber como anda o corpo é uma prática não muito difundida.

Check-up previne até morte súbita. | Reprodução
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O check-up é uma avaliação médica de rotina que todos podem e devem fazer, independentemente, inclusive, de haver ou não sintomas aparentes. Fatores como sexo, idade, histórico pessoal e familiar, são importantes aspectos no diagnóstico e prevenção de doenças das mais variadas ordens, entre elas, as doenças cardíacas, podendo evitar até a morte súbita.

Considerando esses fatores, existe ainda a possibilidade de se realizar o "check-up personalizado", onde a solicitação dos exames é feita mediante critérios específicos para cada paciente. Uma bateria de análises clínicas baseada em evidências, onde na consulta médica o paciente descreve seu histórico de saúde, incluindo os sintomas apresentados, antecedentes familiares e o modo de vida que leva. Idade, peso e altura, além de um exame físico geral, também são importantes para a solicitação de exames específicos por parte do médico.

De acordo com o cardiologista Victor Lira, existe um conjunto de exames básicos que devem ser pedidos para quase todos os pacientes, todavia de acordo com características individuais, alguns exames extras são solicitados.

"Por exemplo, função tireoideana para mulheres acima dos 40 anos, PSA para homens acima dos 40 anos ou com sintomas de prostatite, ácido úrico para quem tem antecedente de gota, função hepática para quem usa medicamentos que afetam o fígado, Holter 24h para quem tem palpitações, MAPA para quem tem pressão alta, etc", explica.

Os exames solicitados pelo médico se direcionam, especificamente, para o perfil clínico de cada paciente e são mais adequados às suas queixas pessoais, aumentando assim a eficácia da avaliação.

Ausência de sintomas

Muitas doenças cardíacas são assintomáticas, ou seja, o paciente não apresenta nenhum sintoma. No entanto elas estão presentes e causam dano ao organismo, podendo até resultar em morte. "Nos exames de rotina, fazemos uma avaliação geral superficial sobre a presença de doenças que possam existir no indivíduo, como pressão alta, colesterol alto, função dos rins e arritmias", aponta Victor Lira.

Porém, vale ressaltar, que é sempre importante estar atento à saúde. Pessoas muito jovens também podem ter morte súbita sem sinais ou manifestações prévias. Por isso, pessoas de todas as idades devem ser avaliadas por um cardiologista regularmente.

Segundo o cardiologista, "Os exames de rotina geralmente apresentam alterações que nos levam a investigar mais a fundo a suspeita de uma doença do coração. Os exames usualmente solicitados são colesterol total e frações, glicemia de jejum, função renal, hemograma completo, eletrocardiograma, raio-x de tórax e, em alguns casos, ecodopplercardiograma e teste ergométrico", conta.

Prevenir é o mais indicado

A idade e algumas doenças pré-existentes devem ser levadas em conta na hora do exame. O check-up não serve apenas para diagnosticar as doenças, mas também para orientar os pacientes quanto a um estilo de vida mais saudável. "Devemos controlar os fatores de risco como obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol. Essa é a melhor forma de prevenção", salienta Lira.

Victor Lira esclarece que é muito errado o pensamento: "Só vou ao cardiologista se sentir alguma coisa", pois existem doenças que não causam sintomas e podem matar. O infarto agudo do miocárdio (infarto fulminante) pode acontecer em pessoas que nunca passaram por avaliação cardiológica, entretanto eram hipertensas e tinham o colesterol alto.

Essas doenças geralmente não causam sintomas. Outro exemplo é a cardiomiopatia hipertrófica, que é o aumento do músculo do coração de origem genética que pode causar sintomas leves que, se não valorizados pelo paciente, podem resultar em arritmia grave e morte súbita.

Existem pacientes que devem redobrar os cuidados com a saúde porque fazem parte do chamado "grupo de risco", onde se enquadram pessoas que já passaram por algum problema cardíaco, obesidade, diabetes, alterações no colesterol e outros.

O médico de confiança é a pessoa mais indicada a se procurar na hora do check-up, de preferência um clínico geral, geriatra, cardiologista ou pediatra, que terá uma visão ampla diante da situação clínica do paciente. De acordo com o histórico médico e exames físicos iniciais, ele poderá direcioná-lo aos médicos especialistas, conforme a necessidade.

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