Fim de ano. ?poca para avaliar o que passou, mas tamb?m para planejar o novo ano que se aproxima. Na economia, a pr?tica n?o ? diferente. As previs?es, que normalmente j? ocorrem ao longo do ano, se intensificam no per?odo, sobretudo com o cen?rio do exerc?cio corrente j? delineado. Afinal, o que tinha que acontecer j? aconteceu. Bem, quase tudo. Este ano surpreendeu. Ao apagar das luzes de 2007, o governo Lula sofreu uma grande derrota com a extin??o da CPMF no Pa?s. Ser? o caos econ?mico do Brasil? Certamente n?o. Mas o que esperar da economia brasileira, e ainda do Cear?, no ano que vem?
Para os analistas de mercado, o cen?rio que sucede a decis?o sobre a extin??o do tributo n?o representa o fim do mundo e n?o vai afetar o crescimento do Pa?s nem 2008, estimado em acima de 4% (entre 4,3% e 4,8%), mas ainda abaixo dos 5% pretendidos pelo governo federal. No Cear?, a proje??o ? mais otimista, com o Produto Interno Bruto (PIB) estadual, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa e Estrat?gia Econ?mica do Estado (Ipece), crescendo acima da m?dia nacional, com ?ndice de 5% na compara??o com 2007.
O pr?prio ministro da Fazenda, Guido Mantega, j? procurou acalmar o mercado ao afirmar que, mesmo com o fim da CPMF, o governo assumir? o compromisso de manter o equil?brio das contas p?blicas, perseguir a meta de infla??o e garantir o crescimento sustentado do Pa?s. Conforme disse, os recursos previstos pelo Programa de Acelera??o do Crescimento (PAC) tamb?m dever?o ser mantidos. ?Entretanto, ? bom esperar as medidas que comp?e o pacote para compensar as perdas com o fim do tributo, que o governo vai anunciar durante esta semana para ver como fica. Mas isso, de qualquer forma, n?o deve afetar o crescimento do Pa?s, estimado em 4,8%?, exp?e o economista Henrique Marinho.
Segundo o diretor geral do Ipece, Marcos Costa Holanda, a expectativa de crescimento da economia no ano que vem est? basicamente aliada a uma combina??o de fatores, como os programas de transfer?ncia de renda editados pelo governo federal, aumento dos empregos com carteira assinada, incremento da massa salarial, expans?o do cr?dito, infla??o baixa e queda nos juros, mesmo que pequena. ?Tudo isso faz aumentar o consumo das fam?lias?, explica.
Tanto Holanda quanto Marinho tamb?m acrescentam a expectativa de aumento dos investimentos p?blicos no ano que vem como alavanca do PIB. ?Os investimentos p?blicos s?o importantes para a economia. Movimentam, sobretudo, a ind?stria da constru??o civil?, avalia Holanda.
De acordo com ele, as ind?strias exportadoras do Cear?, que sofreram com a desvaloriza??o cambial em 2007, sobretudo a t?xtil, est?o apresentando capacidade de adapta??o ? nova realidade. No setor de servi?os, o com?rcio deve continuar representativo no Estado no ano que vem e ? aguardada uma maior resposta do turismo, por conta dos investimentos em a?es agressivas no marketing estadual. No entanto, a estimativa para a agropecu?ria permanece em aberto, pois depende do clima.