A morte é uma realidade em que as pessoas não gostam muito de pensar, mas, ultimamente, a questão tem sido pauta central em razão do crescente déficit funerário da capital. Segundo levantamento da Prefeitura Municipal de Teresina, em apenas 24h são pedidas autorizações para o sepultamento de pelo menos 10 corpos.
Ao tempo em que Teresina possui 20 cemitérios públicos, dos quais 13 estão localizados na zona urbana e sete na zona rural, a demanda é muito maior do que o espaço oferecido para os sepultamentos.
A capital que já possui mais de 1 milhão de habitantes necessita de mais espaços para que as famílias possam enterrar seus mortos, prestar as últimas homenagens e visitá-los em datas de aniversário e finados.
Para amenizar a situação, o Residencial Jacinta Andrade, localizado na zona Norte de Teresina, deve receber daqui a seis meses mais um cemitério para a capital.
A obra encontra-se em andamento, o espaço de 10 hectares, dividido em 3.500 lotes para sepulturas, já foi murado e desmatado. A obra orçada em R$ 780 mil, sendo R$ 600 mil para as obras e R$ 180 mil para a parte administrativa, conta ainda com capela e orçário.
Segundo João Pádua, superintendente da SDU/Centro Norte, as obras do cemitério vão beneficiar não só as comunidades do entorno, mas toda a população de Teresina:
“O novo cemitério está sendo planejado para beneficiar todas as regiões de Teresina, não somente a região do Residencial Jacinta Andrade e demais bairros da zona Norte. Essa é uma necessidade de todos, por isso é fundamental suprir a demanda de sepultamentos”, ressalta.
O prefeito Firmino Filho, durante visita à obra do cemitério do Jacinta Andrade, lembrou aos presentes que um novo cemitério na zona Sul também está a caminho, tendo em vista que a obra já se encontra em processo licitatório. Ele também lembrou que outro cemitério está sendo construído na zona Leste da capital, próximo à região da Vila do Gavião.
Déficit funerário em Teresina é alarmante
Em alguns cemitérios, a situação está tão grave que são enterradas pelo menos oito pessoas em uma única cova. Na zona Sudeste, existem 8.500 covas, onde o dobro da capacidade está sepultada no local.
Já no cemitério Santa Cruz, na zona Sul de Teresina, a situação é ainda pior: existem 10 mil covas para pelo menos 30 mil pessoas que estão enterradas ali. Isso acontece porque, em razão da falta de vagas, algumas covas acabam sendo reutilizadas.
Mas os cemitérios que estão em pior situação são o Cemitério São José, localizado no centro da capital, com mais de 70 mil corpos enterrados em 8.700 covas; e o Cemitério da Vermelha, onde existem cerca de seis corpos para cada sepultura.
Em cemitérios antigos como esses, em razão da enorme quantidade de pessoas enterradas, no Dia de Finados as pessoas fazem fila para poder visitar os túmulos de seus entes queridos.
O preço de morrer "está pela hora da morte"
A escassez de cemitérios públicos obriga parcela da população a buscar o serviço privado para sepultar seus mortos.
Acontece que nem todos têm condições financeiras de arcar com os custos. Em um cemitério localizado na zona Leste, os jazigos são orçados de acordo com a quantidade de gavetas. Um jazigo com três gavetas está custando R$ 7.150; com duas, R$ 5.850; e com apenas uma, R$ 4.800.
Somando o valor do jazigo aos custos com caixão, flores e demais gastos com o velório, a família do morto pode desembolsar até R$ 20 mil, dependendo do tipo e do padrão do velório escolhido. O preço também inclui o aluguel da sala funerária, onde a mais simples custa R$ 150 por hora do corpo velado.
Clique e curta o Portal Meio Norte no Facebook