Os frequentadores do Cemitério Dom Bosco, mais conhecido pela população de Teresina como Cemitério da Vermelha, estão revoltados com a presente situação do local. Isso porque as covas estão tomadas pelo mato alto, o que prejudica até mesmo que a comunidade visite os túmulos de seus familiares.
Para Francisca de Jesus, que visita a cova do filho todos os dias, a situação é vergonhosa. “O túmulo do meu filho não tem mato porque eu limpo e ele está logo na frente, longe do matagal.
Mas o meu marido não consegue visitar o túmulo do pai dele, que fica mais para trás. E acaba que ele nem pode visitá-lo, porque a gente não se arrisca sem saber o que vai encontrar. Pode ter bandido, pode ter bicho”, lamenta a senhora.
Segundo informações obtidas com funcionários, não existe uma equipe específica para a poda da vegetação no cemitério, por isso, assim como os frequentadores, eles também cobram uma ação mais enérgica da prefeitura. “Enquanto não acontecer uma tragédia, eles vão continuar enrolando o serviço e nós somos prejudicados”, reclama Francisca.
Os vizinhos do cemitério também estão temerosos com o estado em que se encontra o Cemitério Dom Bosco, mesmo quando estes nem visitam o local. E o grande motivo é o receio da criminalidade se apropriar do terreno do espaço para dar suporte ao crime.
Procurada pela reportagem, a administração do cemitério reconhece os riscos que o matagal traz consigo, porém não quis comentar o assunto e também não sabe quando o local será capinado.
Mato alto já provocou acidentes
Dentre os riscos do mato alto do Cemitério da Vermelha, cair em uma cova aberta é um dos mais mórbidos. “Já aconteceram acidentes aqui por causa desse mato. As pessoas caem dentro das covas que estão abertas, tropeçam e acabam se machucando.
Tudo por causa dessa situação, que é pura irresponsabilidade. Aqui não dá nem para ver por onde caminhar”, aponta Rosali Vieira, que trabalha voluntariamente no local. Segundo ela, o matagal tem cobras e outros animais, além de um ambiente propício para o mosquito da dengue.
“Esse mato deixa a gente muito vulnerável, tanto para dengue quanto para picada de cobra. O mato está tão alto que as pessoas não conseguem nem enxergar as covas”, relata.
Limpeza está prevista para este mês
Embora na placa de en-trada do Cemitério da Vermelha conste o nome da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH), quem tem a responsabilidade para fazer a manutenção de cemitérios públicos são as Superintendências de Desenvolvimento Urbano, que no caso é a SDU/Sul.
Procurada pela reportagem, através da Gerência de Serviços Urbanos, a SDU promete realizar o serviço no cemitério. Renato Lopes afirma que a limpeza geral dos cemitérios está prevista para março. “Neste período o mato cresce muito, e estávamos intensificando o serviço de limpeza de ruas. Mas ainda em março todos os cemitérios da zona Sul serão limpos”, finaliza o gerente.