Na última sexta-feira (24//04), prestadores de serviço da área da educação municipal de Bom Jesus foram convocados a participarem de uma reunião onde receberam a notícia que teriam seus contratos de trabalhos suspensos, devido a crise econômica causada pela pandemia do COVID-19. De acordo com o Portal Gurguéia, os profissionais tiveram que assinar um documento onde diziam estar cientes do que estava acontecendo, e sendo deixados à própria sorte.
Segundo os celetistas, a explicação que receberam, foi de que o governo municipal não poderia “continuar pagando por um serviço que não está sendo prestado”. Os contratos suspensos tinham previsão de encerramento para agosto de 2020.
Segundo uma servidora (que preferiu não ser identificada por medo a represálias), disse ter ficado surpresa ao ser demitida na sexta passada; relata que “disseram que estavam dispensando todas os celetistas por causa da crise, que não tinham outra opção”.
Sem uma reserva financeira, a mesma disse querer começar a procurar emprego:
“Mas não sei nem como fazer nesse momento. Está tudo fechado. Só sei que tenho que ir atrás, porque, além do salário, eu também não consegui fazer o pedido do auxílio do governo federal para receber o auxílio de 600 reais, pois na abertura do cadastro aparece que estamos trabalhando e não podemos receber o auxílio. Tenho 03 filhos para cuidar e um vazio sem saber por onde começar”.
Enquanto a gestão de Bom Jesus se mostra preocupada com o combate à doença infecciosa que vem assolando o Planeta e até mesmo se colocando como “preocupado em ajudar os mais necessitados com cestas básicas”, por outro, seu governo assinou o “cancelamento” dos contratos de profissionais celetistas e sem aviso prévio, deixando dezenas de famílias em situação de desemprego, ficando desamparados em meio à pandemia, e, na maioria dos casos, assim tendo que procurar trabalho em meio a essa crise sanitária, que aprofunda também a crise econômica.
“Podiam mexer nas secretarias que não estão sendo essenciais como esportes, cultura e turismo e baixar os salários desses também, não só os nossos que contamos moedas para conseguir sustentar nossa família”, destacou emocionada uma das celetistas
No vizinho Estado de Pernambuco, as administrações de Olinda e Ipojuca deram exemplo de comprometimento com seus cidadãos e reduziram os vencimentos de cargos de alto e médio escalões (10% de diminuição em Olinda). Em Ipojuca, prefeita cortou 30% dos próprios rendimentos.
O governador do Piauí também tomou iniciativa semelhante: Wellington Dias, que tem salário mensal de R$ 17 mil, terá uma redução de 15% no vencimento, assim como o secretariado e superintendentes que recebem em média R$ 10 mil mensais. O governador anunciou que o pacote de medidas vai durar enquanto persistir a calamidade pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O governo prevê que as medidas vão trazer uma economia até dezembro em torno de R$ 200 milhões.
Em sessão virtual, realizada pela Câmara de Vereadores de Bom Jesus na última segunda-feira (27), o Vereador Jacó falou sobre a iniciativa do Poder Público municipal, questionou as medidas adotadas e fez um apelo para que o Prefeito Marcos Elvas reavaliasse a medida.
“Como que vamos justificar que Bom Jesus gasta fortunas com coisas supérfluas e não tem dinheiro para pagar os celetistas? O alto escalação de Bom Jesus está nadando em dinheiro, é só o que se vê nas redes sociais, muito luxo. Como que vamos justificar isso?”.
Confira o vídeo: