A Socep (Sociedadade de Pediatria do Ceará) emitiu na quinta-feira (18) um alerta para a comunidade médica sobre os novos casos de febre Chikungunya envolvendo bebês de até seis meses. A doença, conhecida por causar dores nas articulações, tem provocado bolhas no corpo dos pequenos que aparentemente parecem até queimaduras.
Desde as primeiras semanas de 2017, o Estado vivendo uma epidemia da doença, com 465,5 casos por 100 mil habitantes. Até a última sexta-feira (12), foram notificados 41.723 casos de febre Chikungunya, de acordo com o último boletim da Secretaria de Saúde do Ceará.
De acordo com o médico Robério Dias Leite, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Socep, o surgimento de bolhas na superfície da pele dos bebês é uma característica comum da doença e tem se tornado frequente nos últimos dias.
Pela raridade dos sintomas, entretanto, muitos profissionais da saúde ainda não sabem lidar com eles.
— É uma erupção que poucos pediatras conhecem. Ainda não há números confirmados dessas ocorrências, mas elas existem e são mais comuns em bebês porque eles ainda não tem o sistema de defesa completamente desenvolvido. Essas bolhas estouram e deixam a pele desnuda, semelhante a uma queimadura.
Leite ainda afirma que o alerta também se deve às complicações que esses casos podem causar para os bebês. Entre elas estão a perda de capacidade de retenção de líquido da pele e o comprometimento do sistema de regulação da temperatura do organismo, além do rompimento da defesa natural da pele.
— Quando isso acontece, há uma grande chance de infecção grave por bactérias nos bebês. O aspecto [das bolhas] é muito sugestivo, mas é necessária uma avaliação clínica para confirmação.
Mortes por Chikungunya
Desde o começo do ano até agora cinco pessoas morreram em decorrência da doença Uma das vítimas era do sexo masculino e outras quatro do sexo feminino, com idades entre 10 dias e 74 anos. Elas eram residentes dos municípios de Beberibe (1), Caucaia (1), Fortaleza (2) e Pacajus (1).