RIO - Uma equipe da Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda) realizou, na manhã deste domingo, uma operação para tentar salvar um cavalo em Paquetá, que estava bastante debilitado. Chegou-se a levantar a hipótese de o animal ter sido vítima de maus-tratos de charreteiros. Alertado pela denúncia de moradores da região, o secretário Claudio Cavalcanti e um veterinário embarcaram em um helicóptero na Lagoa Rodrigo de Freitas rumo à ilha, logo depois de saberem que o bicho estava caído. Após uma avaliação, concluiu-se que não havia mais o que fazer, a não ser sacrificá-lo.
? O cavalo estava sentindo muita dor. O veterinário diagnosticou problemas no intestino, e a única solução foi a eutanásia. Ele não trabalhava desde o dia 8 desse mês, quando ficou sob a proteção da prefeitura. Cinco bichos foram colocados em observação, já que estavam bem fracos. Quatro deles estão bem, esse não resistiu ? explica Cavalcanti.
Moradores do local afirmam que o animal caiu no sábado com sinais de fraqueza. Havia marcas de sangue no local. Depois de voltar às baias neste domingo para verificar o estado do cavalo, o morador Nelson Costa relatou que o animal havia sido retirado.
? Não consegui encontrá-lo. A situação parece que melhorou depois que alguns policiais militares estiveram aqui ontem (sábado). Eles vistoriaram as baias, e hoje elas estão mais limpas e os funcionários estão carregando sacos de ração ? diz Costa.
Apesar do estado do animal, Cavalcanti disse que não ficou caracterizado maus-tratos, mas ele confirmou que a carga excessiva de trabalho tem deixado os cavalos da ilha doentes.
? Eles estão morrendo. A solução é tirá-los dessa função. No máximo em um mês, eles serão substituídos por carros eletrônicos. Todos irão para uma fazenda modelo. Na quinta-feira teremos uma reunião com os charreteiros para definirmos isso ? diz o secretário.
Peritos da 5ª DP (Mem de Sá) estiveram em Paquetá no sábado para apurar a denúncia. A promotora de justiça Christiane Monnerat confirmou que visitou a ilha de Paquetá junto com policiais, mas não quis dar entrevista "para não comprometer as investigações do caso".