Catadores de lixo têm vida difícil em SLZ

Atividade de coleta seletiva é realizada apenas pelos catadores de lixo no centro comercial de SLZ

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Desde que foi criada a Lei Municipal n.? 4.387, em 26 de agosto de 2004, instituindo o Programa Municipal de Incentivo ? Coleta Seletiva e ? Reciclagem dos Res?duos S?lidos, a atividade de coleta seletiva ? realizada apenas pelos catadores de lixo no centro comercial da cidade, principalmente na Rua Grande e na rua de Santana. Mas o que parece ser o in?cio da solu??o para o lixo da capital, tamb?m apresenta problemas de organiza??o, disputa por espa?o e preconceito.

Por volta das 15h, de segunda a sexta-feira, j? ? poss?vel encontrar catadores de lixo come?ando o seu trabalho. Eles fazem contato com as lojas e j? tentam garantir as caixas de papel?o, os sacos pl?sticos finos e os pap?is em branco, provenientes das bobinas de caixas registradores e materiais de propaganda. ?Como s?o muitos catadores, a gente tem que chegar cedo para ir garantindo o nosso material. Se n?o for assim, n?o temos dinheiro para comer?, comentou a catadora Silvestrina Silva, de 56 anos. Ela tem sete filhos, que ainda n?o trabalham, e s? vive com a renda da venda do material que cata na Rua Grande e do Vale G?s (R$58 reais).

?N?o sei o que seria de mim se n?o trabalhasse aqui. Foi uma oportunidade que agarrei e, agora, n?o posso mais desistir?, afirmou ela, que trabalha nessa atividade h? cinco anos, associada ? Associa??o dos Catadores do Maranh?o (Ascamar).

Criada em abril de 2004, a Ascamar surgiu do incentivo da Prefeitura Municipal de S?o Lu?s em organizar os catadores para dar in?cio ao processo de coleta seletiva. ?N?s incentivamos a cria??o dessa organiza??o e nos tornamos parceiros. N?o queremos ser paternalistas, mas oferecer uma base de trabalho e apoio para que eles mesmos desenvolvam suas atividades?, explicou o Secret?rio Municipal de Obras e Servi?os P?blicos, Carlos Rog?rio Ara?jo.

De acordo com a presidente da associa??o, K?tia Regina dos Santos, o poder municipal d? o seguinte apoio: espa?o (galp?o) na F?brica das Artes, na Madre Deus, para a Ascamar funcionar; transporte do material pelos carros da Limpeza P?blica; e apoio de uma assistente social para orient?-los. ?O resto somos n?s quem arranjamos. As pessoas t?m que entender que n?o temos nada muito pronto. A Prefeitura n?o d? dinheiro pra gente n?o. Ela ? nossa parceira nessa atividade?, afirmou K?tia Regina, que, ao lado de outros associados, aguarda esperan?osamente a constru??o da Central de Triagem de Res?duos S?lidos, prometida pela Secretaria Municipal de Obras e Servi?os P?blicos (Semosp).

Segundo K?tia Regina, uma m?quina de prensar j? seria um grande passo para o desenvolvimento da Ascamar. ?Se tiv?ssemos essa m?quina, estar?amos ganhando mais e a nossa organiza??o estaria fortalecida. Por enquanto, estamos tentando conseguir essa m?quina com o apoio de empresas grandes geradoras de res?duos, mas ningu?m se mostrou favor?vel ainda?, revelou.

Venda

O quilo do papel?o, por exemplo, sem estar prensado ? vendido por R$0,14. Prensado, esse valor sobe para R$0,25. Como os catadores da Ascamar n?o t?m a prensa, o material ? vendido para os atravessadores, que prensam e vendem para as empresas de reciclagem. Mas os atravessadores tamb?m compram o material na pr?pria Rua Grande, com os catadores chamados de ?clandestinos?, por n?o serem associados.

? o caso de Robenilson Silva Serra, que h? oito anos trabalha catando papel?o. Ele percorre toda a Rua Grande com um carrinho de m?o e o que consegue recolher vende para um dep?sito que paga R$0,12 pelo quilo do papel?o. Ainda assim, com o pre?o abaixo do valor da Ascamar, ele consegue ganhar at? R$100 por semana. O m?ximo que os catadores associados recebem por m?s ? R$150, mas, normalmente, n?o chega nem a R$100.

A vantagem de trabalhar fora da associa??o tamb?m est? sendo vivida por Maria Jos? Nascimento, 28 anos. Ela ? da Ascamar, mas conta que n?o est? trabalhando pela associa??o no momento e que est? ganhando bem mais. ?Essas duas ?ltimas semanas eu consegui tirar R$150 por semana, valor m?ximo que

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