Investigadores da Polícia Civil encontraram na residência do casal Sergio Ricardo Re da Mota, de 47 anos, e Simone Melo Koszegi, de 41, suspeitos de terem matado Atyla Arruda Barbosa, de 20, para receber R$ 260 mil de um seguro em nome dela, um esboço idêntico ao depoimento dado na Delegacia de Mongaguá, no litoral paulista. As autoridades acreditam que o discurso tenha sido ensaiado para que ambos não caíssem em contradição. O casal, que tinha relação com rituais de magia negra e satanismo, também guardava ossadas enterradas no quintal. Eles continuam presos preventivamente.
Atyla teria morrido após um afogamento acidental, em julho. O corpo da jovem foi achado em uma praia de Mongaguá. Investigadores da Polícia Civil, porém, desconfiaram da versão quando representantes de uma seguradora foram à delegacia se informar sobre a morte da jovem, que tinha um seguro de vida no valor de R$ 260 mil.
Inconsistências nos depoimentos de Sergio e Simone fizeram a polícia iniciar as investigações, que concluíram que Atyla, que estava grávida de três meses, foi morta para que eles recebessem a indenização. Ela morava com os dois em Itanhaém, cidade vizinha, onde tinha desembarcado em janeiro com a promessa de um emprego em uma transportadora dos dois na cidade.
O que se sabe:
Corpo da jovem foi encontrado em uma praia de Mongaguá no dia em 3 de julho. Suspeita era de afogamento acidental no mar;
Patrões da jovem se apresentaram como padrinhos da vítima na delegacia. Polícia Civil iniciou as investigações;
Mãe descobriu morte da filha 20 dias após o último contato. Ela viajou até Itanhaém;
Jovem estava grávida e tinha seguro de vida de R$ 260 mil; patrões, falsos padrinhos, foram presos tentando resgatar o dinheiro. Eles tinham envolvimento com uma seita satânica.
De acordo com a Polícia Civil, entre os documentos e objetos apreendidos na residência do casal, estava um caderno com um texto, feito à mão, descrevendo exatamente o depoimento dado na delegacia quando Atyla morreu. Para o delegado Ruy de Matos Pereira, responsável pelo caso, não há dúvidas de que o discurso foi ensaiado.
"O texto bate com o que está no boletim de ocorrência. Ou seja, tudo foi planejado antes de eles irem à delegacia", explica. O caderno foi apreendido junto com outros documentos. Ele foi anexado ao inquérito, assim como fotos do túmulo de Atyla, que tinha os dizeres 'eu te amo'. A polícia acredita que a mensagem foi colocada para despistar as investigações.
Ossadas
Durante depoimento, o casal também revelou a existência de ossadas enterradas no fundo da residência. A declaração chamou a atenção dos investigadores que, agora, escavam o ponto indicado pelos suspeitos e analisarão a natureza das ossadas que foram encontradas no local, se humanas ou de animais. Eles não revelaram se o material é fruto de algum ritual de magia negra ou satanismo. Ambos eram participantes assíduos desse tipo de atividade.