Um casal homoafetivo denuncia que foi demitido do trabalho por preconceito após oficializar a união, em Goiânia. Auxiliares de estoque, Geferson Ribeiro de Souza, de 21 anos, e Daniemerson Brito da Silva, de 26, contam que foram desligados da empresa no dia em que voltaram da licença-casamento com a alegação que faltaram dois dias indevidamente, o que, segundo eles, não ocorreu.
A empresa nega que a demissão esteja relacionada à orientação sexual dos jovens: "Atribuo a nossa demissão ao preconceito. Não tinha outro motivo para sermos demitidos”, disse Daniemerson.
Os rapazes namoraram por dois anos. No dia 5 de novembro, eles registraram o casamento em cartório e, logo depois, fizeram uma cerimônia para celebrar a união. Eles contam que foram até a empresa em que trabalhavam, a WB Componentes, na segunda-feira seguinte, 7 de novembro, para apresentar a certidão de casamento.
Segundo os jovens, o departamento de Recursos Humanos os informou que, por causa da licença-casamento, deveriam voltar ao trabalho na quinta-feira (10). Ao retornar, eles foram demitidos: "Retornamos na quinta-feira e fomos comunicados que seríamos desligados porque prejudicamos a empresa ao faltar dois dias. Só que foi o dia que eles determinaram. Colegas nos disseram que ficaria feio para a empresa ter dois caras casados", relatou Silva.
Geferson conta que sempre sofreu com chacotas, mas elas aumentaram muito quando o companheiro passou a trabalhar no local. De acordo com o jovem, o casal era alvo de piadas do chefe direto e de pelo menos de mais doze colegas.
“Chamavam a gente de boneca, viado, bichinha. A gente só ouvia isso, ninguém chamava pelo nome. Se iam apresentar um colaborador novo, diziam: ‘Cuidado, ele vai dar em cima de você. É homem que pega homem’”, relata.
Advogado do casal, Danilo Belo Honório defende que a companhia sabia da situação. Ele diz que entrará na Justiça com uma ação de reparação pelos danos morais sofridos pelos clientes.