A forte chuva que caiu no Distrito Federal nesta terça-feira (23/10) causou estragos e levou um casal de idosos a viver momentos de terror, em Vicente Pires. O asfalto de uma das ruas da cidade cedeu com a força da enxurrada, abrindo uma cratera, que engoliu uma caminhonete com as vítimas dentro. Imagens feitas por comerciantes da região mostram mais da metade do veículo dentro do buraco, e diversas pessoas em volta preocupadas, tentando ajudar.
O motorista do veículo, Oswaldo Jose da Silva, 75 anos, relata que apenas sentiu o carro caindo no buraco. "Na hora, eu só ouvi um barulho. Dois rapazes que vieram e me puxaram pelo braço. Graças a Deus está todo mundo bem, mas ninguém imagina que vai passar por isso na vida, dirigindo em uma rua reformada no meio da cidade", afirma.
Oswaldo e a mulher foram socorridos pelo comerciante Carlos André, 32 anos, e os funcionários dele. "Eles estavam passando e, primeiro, abriu um buraco pequeno. Eles não conseguiam sair. Aí, eu e meus funcionários fomos até o local ajudá-los a deixar a caminhonete”, conta.
Cleyton dos Santos, 28, que trabalha com Carlos, conta que tudo foi bastante rápido, primeiro, eles ouviram o barulho do parachoque traseiro da caminhonete batendo no chão e em poucos segundos, eles avistaram o casal que estava no interior do veículo. "A correnteza estava muito forte e nós resolvemos fazer uma corrente humana para alcançá-los e assim, conseguimos tirar os dois de dentro do carro". Ele conta que após cerca de 30 segundos do resgate, a caminhonete foi engolida pela cratera, que também segundo Cleiton, foi tapada há menos de 10 dias.
Logo após a saída dos idosos, o buraco foi se abrindo ainda mais. No momento a rua está isolada e homens do Corpo de Bombeiros estão no local. De acordo com a Defesa Civil, ainda não há previsão para a liberação da área. Será realizada uma avaliação para estipular em quanto tempo a rua será liberada, sem que haja riscos à população.
A enfermeira, Carla Pereira da Silva, 49, filha do casal, foi até o local do acidente após saber do ocorrido. Apesar de não ter ocorrido nada de grave com os familiares, ela acredita que a situação pede medidas drásticas.
"O carro do meu pai tem seguro, mas vamos entrar na justiça. O que vale é irmos atrás para que isso não ocorra com outras pessoas. A área deveria estar isolada. Sabemos que é uma obra para melhorar a cidade, mas, no mínimo, deveria ter uma placa informando à população para não passar por aqui", finaliza Carla.